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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Cabide de Molambo (João da Baiana)

Meu Deus, eu ando com o sapato furado
Tenho a mania de andar engravatado
A minha cama é um pedaço de esteira
E uma lata velha me serve de cadeira.

Minha camisa foi encontrada na praia
A gravata foi achada na Ilha da Sapucaia
Meu terno branco parece casca de alho
Foi a deixa de cadáver, num acidente do trabalho.

O meu chapéu foi de um pobre surdo e mudo
As botina, foi de um velho, da Revolta de Canudo
Quando eu saio a passeio, as almas ficam falando,
"Trabalhei tanto na vida, o malandro tá gozando !"

A refeição é que é interessante
Na tendinha do Tinoco, no pedir eu sou constante,
O Português, meu amigo sem orgulho,
Me sacode um caldo grosso, carregado no entulho.

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