Seja um seguidor deste BLOG também - Inscreva-se aqui!!!

domingo, 13 de junho de 2010

Zé ciumento (Aniceto do Império)

Interessante.
Não sou bonito.
Não tenho dinheiro na algibeira.
Porque tanta marcação do senhor Zé Ferreira?


Ter ciumes de mim, Zé Ferreira
É asneira! É asneira, é asneira

Ter ciumes de mim, Zé Ferreira
É asneira! [É asneira]
É ou não é? [é asneira]
É ou não é? [é asneira]

Não sou dono de armazém
Nem de barraca de feira
Por isso é que eu digo ciumes de mim,
Senhor Zé Ferreira, é asneira

Não repare o que lhe digo
Sinto a idade que estou
Sententa menos um
Finalidade acabou

Não sou novo igual a ti
Não sou homem de sujeira
Por isso é que eu digo ciúmes de mim,
Do Senhor Zé Ferreira é asneira

Zé Ferreira ciumento
Pela sua bela dona
Um conselho de otário
Compre já uma redoma

Sua mulher é gordita
Até na rua tem geladeira
A minha até mais, entretanto,
O senhor marcou tamanha bobeira

Vacilação não dá pé (Aniceto do Império)

Quer comer? Coma!
Quer beber? Beba!
Você pode até dormir se quiser
Só não pode é perder a linha Zé Mané
Aqui no bairro vacilação não dá pé
Aqui no bairro vacilação não dá pé

Eu ofereci comida, preferiste a bebida
Estás no alto do morro o pior é a descida
Então vem comigo

Já paguei pra mim cachaça já ofereci dormida
Vê se tu mantém a linha pra garantir sua vida
Cabeça maluco

Eu aqui sou conhecido por manter límpida razão
Vivo bem com o pacato melhor com o valentão
Mas eu tenho cabeça

Nossas senhoras casadas, também solteiras também
Se você diz palavrão, e assim não fica bem
Seu doido maluco

Um bocadinho só (Aniceto do Império)

Sapateia no cimento sem levantar pó
Com candência Dona Maria Jiló

Mas devagar Iáiá
Um bocadinho só
É devagar Iáiá
Devagar Iáiá

Quem sabe sapatear não levanta pó
Quer seja no asfalto ou em Gericinó

A Dona Maria é de Brocoió
Para sapatear legal é ela só

Com muita cadência e eloquência
Pra não perder a puxada
Devagar devagarinho Dona Maria descasca

Quem sapateia no Guaratimbó
Tem cadência é a noite ou após o sol

Minha gente, por favor, ouça com muito carinho
Acompanha o andamento do cavaquinho

Já solicitei com muita atenção
Acompanhe o violão como bate no bordão

O pessoal do ritmo tá enfezado
Dançando mutado batendo no riscado

Devagar devagarinho
É devagar devagarinho
Com cadência
Com eloquência
Que impertinência

Salve as coristas do Bocadinho Só
para cantar elas são a maior

Este partido gravado em sol, caí no ré e vim pro dó

Oi com cadência
Sem imprudência
Que providência

Raízes da África (Aniceto do Império)

Assumano, Alabá, Abaca, Tio Sani
E Abedé me batizaram na lei do mussurumi

Bonito, Assumano, Alabá, Abaca, Tio Sani
E Abedé me batizaram na lei do mussurumi
Ô quá!

Como vêem tenho o corpo todo cruzado e fechado
Carrego exé na língua, não morro envenenado
Assumano!

Viajei semana e meia daqui pro Rio Jordão
Lugar em que fui batizado com uma vela em cada mão
Alabá!

Cinco macota d'Angola me prepararam de berço
Enquanto Hilário Jovino me cruzou com sete terços

Mesmo assim, me considero um insigne mirim
Filho de cuemba não cai Ogum, Xangô, Alafim

Na volta do novelo (Aniceto do Império - Bijuzinho)

A agulha puxa a linha
Na volta do novelo tá
A agulha puxa a linha
Na volta do novelo tá

Isso é com a tia dela, que conhece a arte de costurar

Quando a linha está embaraçada, puxando a agulha vai arrebentar

A linha embolou deu nó não pode no fundo da agulha passar

Onde está o cavaquinho que eu não ouço ele tocar

Ih, Ih, Olha a Matilde se escangalhando, que bacana
Palminha pra ela gente
Ó Irandir
Palma pra Ilaíde que ela é fera
São as damas mais bacanas do país


A agulha puxa a linha na volta do novelo teu lugar eu falei

A linha picota, senta não costura, Panamá por tear

Tia Tereza, mulher cega como pode costurar e ainda diz

Ela vai puxando a agulha na volta do novelo tá

Tenho é terno de peroá não encontrei linha pra costurar

Disse si um funrural ataqua manda encampá
Vâmo embora gente

Se cada amora é de um ano vê se começas a bordar com o tear

Mocinho Cantador (Nilton Campolino)

Mocinho cantador afina tua viola e vem para a roda prosar

Eu aceitei o convite tenho prosa pra lerar

Diga primeiro teu nome filho de quem tu será?

O meu nome é invencível sou filho de Mangangá

Eu não creio em ameaça podemos bem disputar

Meu padrinho é o Capeta o meu brinquedo é cantar

Pois eu sou filho da cruz e neto de Jeová

Não provoca quem tá quieto para não te atrapalhar

Lhe digo que me garanto verso sem gaguejar

Verso dois por quatro quatro por oito oito por dezesseis quando quero brincar

Homem nao fala de nada só podemos lhe pagar

*** Falta o último verso do Aniceto****

Maria Sara (Nilton Campolino)

Conhecer Maria Sara como eu conheci
Foi respeitada no samba na terra onde eu nasci

Sapateado, passo variado fazia por brincadeira
Maria Sara provava ser filha de Madureira
Conhecer ...

Quando armava um pagode ela era convidada
Não faltava candidato, Maria Sara esnobava

Certa feita perguntaram quem é essa jóia rara
Ela ouviu e respondeu: "Eu sou a maria Sara"

O lugar que tanto louvo é a rua Buriti
à esquerda da João Lopes, direita da Tatuí

João do Rosário (Aniceto do Império)

João do Rosário!
João do Rosário!

Diga ao Zeca e a Dora que estou bem
No Rio de Janeiro não estou só
Dizem que pai e mãe é muito bom
Mas a barriga cheia é melhor
Dizem que pai e mãe é muito bom
Mas a barriga cheia é melhor

Depois de velho aqui estou
O meu filho caçula me levou
A Maria Eunice me cuidou
E depois tudo enfim acabou

No Rio de Janeiro não estou só
Disse que pai e mãe é muito bom
Mas a barriga cheia é melhor

Uma carta de Ilhéus me chamou
Volta ligeiro para Salvador
E de lá para Ilhéus eu lhe dou
Condução de avião, por favor

Que confusão danada me causou!
Eu to bem nessa terra onde estou
Nem a carta eu vou responder
Eunice pra mim é fulô

Essa carta tirou meu sossego
Mas o filho João não deixou
Aqui perto o Flamento dá show
Tem samba na escola onde vou
Na cidade de Ilhéus, meu senhor
Depois de velho aqui estou
Mas se ave Maria pra mim
Liberdade que é bom acabou

João do Rosário!
João do Rosário!

Indesejável mulher (Nilton Campolino)

Esta mulher já me perturba demais
Faz um ano e meio que executei minha paz

Não lava não cozinha
É deseducada
Só abandona o leito
Às nove da madrugada
Esta mulher ...

O cabelo não vê pente
Isto é uma constante
Usa lenço na cabeça
Que mulher horripilante
É por isso que eu digo ...

Mês passado resmungava
Invocada quase apanho
Porque tive a petulância
De mandá-la tomar banho
Esta mulher ...

E ainda tem ciúmes
Se parece com alguém ela diz
Faz um ano e meio
Que este mulato é meu bem
Vejam só...

Este é o meu viver
É perturbação demais
Preciso da liberdade
Pra ressucitar a paz
Só porque ...

Quem tem, tem (Aniceto do Império)

Quem tem tem, quem não tem vai arranjar
Quem tem tem, quem não tem vai arranjar

Se o amigo tem duas mulheres
Olha é bom deixar pra lá
Curtição da tua vida
É tarefa de cansar
Vão trabalhar!

Teu primo-irmão tem dinheiro
Você não quer trabalhar
E fica no botequim
Com os amigos a vagar
É de amargar!

Se passa um cidadão
Ficas ao admirar
Por ele estar bem trajado
Também pode se trajar
Sem raptar!

Muita gente aposentada
Às onze vai almoçar
É motivo para crítica
Sua doença é falar
Vai se matar!

Todo aquele que critica
Devia se preparar
Auto critica não fazes
Se referva e quer brigar
Assim não dá!

O Segredo da Tia Romana (Aniceto do Império)

Mãe a Tia Romana plantou cana
Pra São João festejar
Tia Romana cria gado
Como tem canaviar
Todo mundo dizia...

Não dá
Tia Romana [Não dá]
Olha Tia Romana [Não dá]

Foi plantada à meia-noite
E às onze foi cortada
Quem não conhece mandinga
Fica quieto pra acertar
Para não escutar que ...

No dia de Santo Antônio
Eu resolvi ir jongar
Quando chegou o demônio
Tia Romana pegou a pular!!
E quá quá quá!
E quá quá quá!
A meia noite surgia
Fedia enxofre no congá!
Todo mundo sabia...

O gado combina com a cana
A cana não quer combinar
O gado muge de raiva
E a cana faceira a se balançar!!
e dissendo não dá

Tia Romana ...
Só de oiá Romana
Deixa de ser teimosa, ô tia Romana!!
E bote a cabeça no lugar
Oh não sabe não dá!!!
Não dá!!
Olha Tia Romana