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sábado, 26 de dezembro de 2009

Rosa de Ouro (Elton Medeiros - Paulinho da Viola - Hermínio Bello de Carvalho)

Ela tem uma rosa de ouro nos cabelos
E outras mais tão graciosas;
Ela tem outras rosas que são os meus desvelos.
E seu olhar faz de mim um cravo ciumento
Em seu jardim de rosas.
Rosa de ouro, que tesouro
Ter essa rosa plantada em meu peito!
Rosa de ouro, que tesouro
Ter essa rosa plantada no fundo do peito!

Essa rosa de ouro que eu trago nos cabelos,
E outras mais tão graciosas,
Floresceu no lindo jardim dos meus desvelos;
Brotou em meu coração e cravos ciumentos
Querem colher - o que? - a rosa.
Rosa de ouro, singela,
Quero ofertar esta rosa tão bela!
Rosa de ouro, singela,
Quero ofertar a você esta rosa tão bela!
Quero ofertar a você esta rosa tão bela!

Dona Carola (Nelson Cavaquinho – Nourival Bahia – Walto Feitosa)

Levantei-me da cama
Sem poder
Até hoje ninguém
Veio me ver
Fui amigo enquanto
Eu tive dinheiro
Hoje eu não tenho companheiro

Hoje eles fogem de mim, mas não faz mal
Amigo é só pra levar meu capital
Se não fosse Dona Agusta e a Dona Carola
Eu saía do Hospital de camisola...

Quatro crioulos (Elton Medeiros – Joacyr Santana)

São 4 crioulos inteligentes
Rapazes muito decentes
Fazendo inveja a muita gente
Muito bem empregados numa secretaria
Educados e diplomados em filosofia

E quando chega fevereiro
Ver os crioulos no terreiro
É sensacional
No dia de carnaval
São figuras de destaque
No desfile principal

Senhora Rainha (Hermínio Bello de Carvalho – Villa Lobos)

As estrelas do chão dos seus olhos
Senhora rainha eu quero beijar
Que já tarda esta noite , ó senhora rainha da rosa bordada de sol
Que a lua espreita no céu
Debruçada no mar, esperando você
Nós queremos colher pra depois te ofertar
Esta rosa de ouro a você

Este é o tempo da mais rósea primavera
Dos gorgeios dos mais lindos rouxinois
Este é o tempo, ó senhora magestade
De dourar todas as pedras do chão
E a chuva que escorrer vai pratear
Todos os campos onde houver uma esperança
E quando outra primavera despontar
Outra rosa de ouro virá

Linda Flor “Ai Ioiô” (Henrique Vogeler - Luis Peixoto - Marques Porto)

Ai, ioiô
Eu nasci pra sofrer
Foi olhar pra você
Meus zoinho fechou
E quando os olhos abri
Quis gritar, quis fugir
Mas você
Eu não sei porque
Você me chamou
Ai, ioiô
Tenha pena de mim
Meu senhor do Bonfim
Pode inté se zangar
E se ele um dia souber
Que você é que é
O ioiô de iaiá
Chorei toda noite, pensei
Nos beijo de amor que te dei
Ioiô, meu benzinho do meu coração
Me leva pra casa, me deixa mais não
Chorei toda noite, pensei
Nos beijo de amor que te dei
Ioiô, meu benzinho do meu coração
Me leva pra casa, me deixa mais não

Os rouxinóis (Lamartine Babo)

Os rouxinóis entre as flores procuram seus amores
É lindo o cântico das aves
As melodias se renovam tão suaves
Salve os rouxinóis!

Surgem orquestras nos arrebóis
Sustenidos são feridos e se ouvem à meia voz os bemóis
Porque os rouxinóis foram buscar Amor-perfeito
E no canteiro já desfeito da Amizade
Só encontraram Saudade

Sem sonhos os rouxinóis se vêem a sós tristonhos
E se consolam com as sutis cigarras
Cigarras sutis cada qual mais feliz
Pois cantam, cantam, cantam, depois se desencantam
Cantar até morrer é o seu infinito prazer

Estão os rouxinóis nos arrebóis silentes
Descrentes de seus amores pelas lindas flores
Nesta canção, pensando bem
O amor dos rouxinóis é o nosso amor também

Jura (Sinhô)

Jura, jura, jura
pelo Senhor
Jura pela imagem
da Santa Cruz do Redentor
pra ter valor a tua jura
jura, jura
de coração
para que um dia
eu possa dar-te o amor
sem mais pensar na ilusão

Daí então dar-te eu irei
o beijo puro da catedral do amor
Dos sonhos meus, bem junto aos teus
para fugirmos das aflições da dor

Escurinho (Geraldo Pereira)

O escurinho era um escuro direitinho
Que agora tá com essa mania de brigão
Parece praga de madrinha ou macumba
De alguma escurinha que lhe fez ingratidão
Saiu de cana ainda não faz uma semana
Já a mulher do Zé Pretinho carregou
Botou embaixo o tabuleiro da baiana
Porque pediu fiado e ela não fiou

Já foi no Morro da Formiga procurar intriga
Já foi no Morro do Macaco e lá bateu num bamba
Já foi no Morro dos Cabritos provocar conflitos
Já no foi no Morro do Pinto pra acabar com o

Se Eu Pudesse (Germano Augusto - Zé da Zilda)

Se eu pudesse e meu dinheiro desse
A nossa vida ficaria muito mudada
O seu amor é que interessa
E de mim você se esquece
Só porque não tenho nada

Se eu pudesse eu virava pra você
Uma lavadeira, uma passadeira
Arrumava uma roupa bonita pra poder passear
Se eu pudesse seria pra você um rainha
Mas de mim você se esquece
Só porque não tenho nada

Você só pensa em dinheiro graúdo
E por isso esbanja tudo sem saber se controlar
Dinheiro eu não posso fabricar
Pois a vontade de ser rica é que vai nos separar
O dinheiro não dá

Clementina, cadê você (Elton Medeiros)

Clementina, cadê você?
Cadê você, cadê você?

Foi peixeira lá na roda
Do famoso Cartolinhas
Já brilhou nos caxambus
E hoje aqui ela é rainha

As estrelas lá no céu
Parece estar anunciando
Clementina de Jesus
Nesta roda vem chegando

O partido é de fato
Uma grande epopéia
Daqui a pouco a Clementina
Vai fazer prosopopéia

Clementina de Jesus
É de fato partideira
Tira verso improvisado
Num partido de primeira

Benguelê (Pixinguinha- Gastão Viana)

Benguelê, benguelê, benguelê ô mamãe Zimba, Benguelê
Tracatraca eu vi Nanã tatarecou
Tracatraca eu vi Nanã tatarecou
Ô kizumba, kizumba, kizumba
Vamos sarava
Quem ta no reino
Vamos saravá
Mamãe Zimba chegou, ta no reino
Mamãe Zimba vamos sarava
Vamos saravá, vamos saravá, vamos saravá

Nasceste de uma semente (José Ramos)

Mangueira, nasceste de uma semente
À beira de uma nascente
Você não pode morrer
Mangueira, onde o sol faz a sombra
Aonde o poeta faz samba
Pro mangueirense viver

Lá no morro de Mangueira
Tem subida e temn descida
Queira Deus que lá não seja
A perdição da minha vida

A Mangueira é muito grande
Dá galhos pra todo lado
E os frutos que ela dá
Todos são aproveitados

Mangueira....

As estrelas no céu correm
Eu também quero correr
Elas correm atrás da lua
E eu atrás do bem-querer

Lá no céu tem todo azul
Na terra tem toda cor
Na boca de quem não presta
Quem é bom não tem valor

Bate Canela (Tradicional)

Sinhá Maria tem sete filho
Todos sete pequenininho
Panelinha, pequenininha
Todos sete querem comer
Ora, bate canela que eu quero ver
Ora, bate canela que eu quero ver

domingo, 20 de dezembro de 2009

Defesa (Mirabeau - Jorge Gonçalves - Vital De Oliveira)

Se você chegasse a tal conclusão dos fatos
Não abria a boca só para dizer tolisses
Quando eu lhe dava do chapéu até o sapato
E garanto que isso você ainda não disse
Hoje você vive por aí me difamando
Que sou hipócrita, sou cruel, sou tudo enfim
O que é de bom é só você
E o que é de mau é só pra mim

Pouco importa que digam a de mim o que quiser
Mas na verdade eu sei honrar meu santo nome de mulher
Embora você diga a todo mundo que eu não presto
Mas pra ganhar meu pão eu ganho honesto

Ingenuidade (Serafim Adriano)

Não
Eu não podia me enganar assim
Com uma criança qualquer
Que veio ao mundo bem depois de mim
Eu não reclamo o que ela fez
Só condeno a mim mesmo
Por ter me enganado outra vez

Eu fiz o papel de um garotinho
Quando arranja a primeira namorada
Na ingenuidade, acredita em tudo
Porque do amor não entende nada
Esqueci que um dia machuquei meu coração
E levei muitos anos pra curar
E fui tornar molhar meus olhos
Coisa que eu luto a muitos anos pra enxugar

Pergunte ao João (Helena Silva - Milton Costa)

Quem quiser ver é só subir o morro
O samba mora no meu barracão
Quem quiser ver é só subir o morro
O samba mora no meu barracão

Pergunte ao João
Ele sabe a morada
Ele sabe a picada
Para o meu barracão

Incompatibilidade de Gênios (João Bosco - Aldir Blanc)

Dotô,
Jogava o Flamengo, eu queria escutar.
Chegou,
Mudou de estação, começou a cantar.
Tem mais,
Um cisco no olho, ela em vez de assoprar,
Sem dó falou,
sem dó falou ,que por ela eu podia cegar.

Se eu dou,
Um pulo, um pulinho, um instantinho no bar,
Bastou,
Durante dez noites me faz jejuar
Levou,
As minhas cuecas pro bruxo rezar.
Coou,
Meu café na calça prá me segurar

Se eu tô
Devendo dinheiro e vem um me cobrar
Dotô,
A peste abre a porta e ainda manda sentar
Depois,
Se eu mudo de emprego que é prá melhorar
Vê só,
Convida a mãe dela prá ir morar lá

Dotô,
Se eu peço feijão ela deixa salgar
Calor,

Mas veste o casaco veste casaco prá me atazanar
E ontem,
Sonhando comigo mandou eu jogar
No burro,
E deu na cabeça a centena e o milhar

Quero me separar

quarta-feira, 27 de maio de 2009

O Lamento do Samba (Paulo César Pinheiro)

Eu tenho saudade
Dos sambas de antigamente
Quando o samba deixava uma vaga tristeza
No peito da gente
Não era amargura e nem desventura
E nem sofrimento
Era uma nostalgia, era melancolia
Era um bom sentimento
Nos dias de hoje
O samba ficou diferente
Não tem mais dolência mudou a cadência
E o povo nem sente
Sua melodia é uma falsa alegria
Que passa com o vento
Ninguem percebeu mas o samba perdeu
Sua voz de lamento
Quando eu canto na roda de samba
Um samba que é mais antigo
A moçada se cala, escuta, aprende
E ainda canta comigo
O que falta pra quem faz um samba
É a tristeza que vem de outro tempo
Quem não sabe a ciência do samba
Vai fazer o que pede o momento
O segredo da força do samba
É a vivencia do seu fundamento
O que faz ser eterno um bom samba
É a beleza que tem seu lamento

Mascarada (Zé Keti - Elton Medeiros)

Vejo agora, esse teu lindo olhar
Olhar que eu sonhei
E sonhei conquistar
E que um dia afinal conquistei

Enfim findou-se o carnaval
E só nos carnavais
Encontrava-te sem
Encontrar este teu lindo olhar

Porque o poeta era eu
Cujas rimas eram compostas
Na esperança de que
Tirasses essa máscara
Que sempre me fez mal
Mal que findou só
Depois do carnaval

Meu Carnaval (Elton Medeiros - Cacaso)

Muita gente na folia
Cantando sem perceber
Que eu buscava na avenida
A razão para não sofrer

Meu amor quis brincar o carnaval
E saiu pela avenida Escolas a desfilar
Foi vestida de alegria
E saiu para não voltar
E eu vestido de tristeza
Cantei para não chorar

Eu quisera ser feliz
Mas a felicidade foi uma quimera no meu coração
Preferia não falar
Mas eu preciso fazer minha confissão

Ai de quem nunca teve amor
Mesmo iludido encontro esperança no meu padecer
Pois o mais importante é viver

Pressentimento (Elton Medeiros / Hermínio Bello de Carvalho)

Ai! Ardido peito!
Quem irá entender o teu segredo?
Quem irá pousar em teu destino
E depois morrer de teu amor?
Ai! Mas quem virá?
Me pergunto a toda hora
E a resposta é o silêncio
Que atravessa a madrugada

Vem meu novo amor
Vou deixar a casa aberta
Já escuto os teus passos
Procurando o meu abrigo
Vem que o sol raiou
Os jardins estão florindo
Tudo faz pressentimento
Que este é o tempo ansiado
De se ter felicidade

Pra Bater Minha Viola (Elton Medeiros)

Pra bater minha viola
Fiz um samba sem razão
Fiz um samba sem dar bola
Pras coisas do coração

Pelo meu viver tão diferente
Procurei em toda gente
Coisa que não dá paixão
E fiz meu samba de um vazio
Ostensivamente frio
Sem marcas de ilusão

Pra bater minha viola
Fiz um samba sem razão
Fiz um samba sem dar bola
Pras coisas do coração
Sinto meu viver tristonho esqueço

É sinal de que mereço
Tudo sem reclamação
Só fiz meu samba por esmola
Pra salvar minha viola
Das garras da solidão

Avenida Fechada (Elton Medeiros / Cristóvão Bastos / Antônio Valente)

Chora meu peito
Assim desse jeito pra que cantar
Enquanto a avenida estiver fechada
Pra quem não puder pagar
Nem um canto sequer pra ver
A sua escola
Passando, sambando
Tanta beleza
Desfila presa no meu coração

Ver chegar o povo querendo brincar
E saber que agora não tem mais lugar
Pela cidade toda enfeitada
Parece até que o povo vai desenfeitar

Não me leve a mal
Mas muito luxo pode atrapalhar
Alegria ninguem pode fabricar
Um bom carnaval
Se faz com gente feliz a cantar
Pelas ruas um samba bem popular

A Canoa Virou (Guilherme de Brito / Juarez de Brito)

A canoa virou
Deixa a canoa virar
Só morre afogado
Quem não sabe nadar
No mar do nosso desespero
Sempre fui bom timoneiro
Mas a tormenta chegou
E a nossa canoa se desgovernou

Olha bem sua remada
Sempre foi descontrolada
Se eu remo pra cá
Você rema pra lá
A canoa virou
Um de nós dois vai sobrar

Jogo Desonesto (Guilherme de Brito / Nelson Sargento)

Eu serei cruel se não lhe der perdão
Sem você a vida não tem solução
Eu sei que vou sofrer
Sei que vou chorar
Se acaso eu não tiver coragem
Pra lhe perdoar

Eu vou lhe aceitar sem fazer restrição
Passado é passado não importa não
Tenho uma proposta pra reatar o nosso amor
Não há vencido nem vencedor

Um jogo desonesto sempre acaba mal
Já sei que eu não presto
E você não é legal
Você viveu traindo
Eu também fui um traidor
Por isso é tão lindo nosso amor

Agora você vem pra me pedir perdão
Eu vou lhe implorar
Pra perdoar meu coração
E neste amor fingido
Que nos causa tanta dor
Não há vencido nem vencedor

terça-feira, 7 de abril de 2009

Regresso (Candeia)

Canto, canto com alegria
Hoje a nostalgia
Está triste sentindo o cantar que em meu coração
Bate tão forte e contente
Dizendo a toda gente
Que voltaste ao meu lar

Não sabia que voltavas tão meiga assim
Parte, amor, já é noite
Mas traga de novo o calor
Dos teus beijos pra mim

Que eu sei dar valor ao regresso
Juro, jamais te peço
Pra ficares, amor

Tua Beleza (Waldemar Silva / Raul Marques)

A tua Beleza
Não dominou meu coração
Eu tenho a certeza
Que um dia há devir
Me pedir perdão

Não darei perdão por que
Não quiseste compreender
Eu cheguei à conclusão
Que não devo dar o braço a torcer

É Batucada (Caninha / Visconde Bicohyba)

Samba de morro, não é samba
É batucada, é batucada
Samba de morro, não é samba
É batucada, é batucada

Lá na cidade a história é diferente
Só tira samba malandro que tem patente
Lá na cidade a história é diferente
Só tira samba malandro que tem patente

Nossas morenas vão pro samba bonitinhas
Vão de sandália e saiote de preguinha
Nossas morenas vão pro samba bonitinhas
Vão de sandália e saiote de preguinha

Na chave do portão (Djalma Mafra / Alberto Maia)

Eu vi meu erro, mas é tarde demais
Para lhe pedir perdão
Além disso, eu não sei
Onde ele foi morar, eu não

Ele deixou pendurado na chave do portão
Um adeus escrito a lápis num pedaço de cartão
E foi sincero até na hora de partir
O meu coração sem ele
Não me deixará sorrir

Tal dia é o batizado (Cabana)

Tal dia é o batizado
Você está convidado
Para compartilhar da grande festa
Vá nem que seja de tamanco
Mas o traje não esqueça
Tem que ser azul e branco

Leve as crianças e a patroa
Que a festa vai ser boa e muito bela
Não esqueça o endereço
446,Oswaldo cruz, na Estrada do Portela

Não me perguntes (Ivone Lara / Mestre Fuleiro / Darcy de Sousa)

Não me perguntes
Pra que samba eu vou
Porque eu direi
Que vou pro Império sim senhor
Sou imperiano na alegria e na dor

Sou Império de verdade
Tenho personalidade
Ser Império não é favor

Dono de muitas vitórias
Das quais eu sou testemunha
E honro a sua glória

Quem me ouvir cantar (Aniceto da Portela)

Quem me ouvir cantar
Quem me viu sorrindo assim
Desconhece a mágoa que está dentro de mim
Quando eu parar de cantar, e sorrir
Meus olhos estarão chorando
Meu coração penando
Por aquela que tão longe, vai caminhando
Sem olhar para trás
Não voltará jamais

Ela não deu a esperança de voltar
Mas o meu coração, não se cansa de clamar
Ela não volta mais
Ela não vai voltar, para o meu lar

Semente do Samba (Hélio Cabral)

Mangueira tem um grande plantio de bamba
Tem o fruto que chamamos samba
Saboroso e faz um bem
Eis a razão porque de ano para ano
A sua estação primeira evolui
O samba nasce da semente
E a semente do samba só a Mangueira possui

Sirva-se à vontade a Mangueira é anfitriã
Quem lhe convida é a grande campeã
A Mangueira não pode parar
A Mangueira não pode falhar
A Mangueira faz hoje o sambista de amanhã

Estácio, Mangueira (Domínio Público)

Estácio, Mangueira
Se for à Lapa, tu me faças um favor
E leve um telegrama ao Bernardo
Pra ir a Dona Clara, pra falar com Mano Heitor

O rei mandou me chamar pra cantar com o Malaquias
Cantei sexta, cantei sábado e domingo todo o dia
Cantei sexta, cantei sábado e domingo todo o dia
Quando foi segunda-feira perguntei se ainda queria

Estrela no céu que brilha no azul do firmamento
O nome daquele ingrato não me sai do pensamento
Se passares em Mangueira
Diga adeus e vai andando
Vai dizer aquele ingrato
Saudade ta me matando

A Mangueira é lá no céu (Hermínio Bello de Carvalho / Maurício Tapajós)

Vou visitar lá em mangueira
O divino mestre cartola
E os demais compositores
Daquela escola tão genial

Vou pedir que me levem lá pro céu
Que cada dia chega mais perto do morro
E onde já viram Deus compondo
Um samba para escola desfilar

Juro, não sei o que faria
Se eu fosse dono lá do céu
Em cada estrela escreveria
O nome de um compositor

Geraldo pereira, Zé com fome,
Carlos Cachaça e Gradim
No fundo também desejaria
Quem sabe uma estrela só pra mim

Ai, coração
Fala, coração
Vê lá se vou te desobedecer
Se já percebo a sua intenção
Que eu seja fiel à nossa mangueira
Enquanto eu viver

Sorris de Mim (João da Baiana / Babaú da Mangueira)

Sorriste
Deste grande gargalhada por me ver sofrer
Não faz mal(ah não faz mal)
Mesmo assim tenho prazer
O mundo só é ruim para quem não sabe esperar
Algum dia hei de sorrir e te ver chorar

Sorriste por me ver sofrer
Zombaste do meu padecer
Olha pra trás e verás
O que pode lhe acontecer
O mundo é uma roleta
E nós sabemos jogar
Às vezes jogamos com a sorte
Outras vezes com azar

Palavra de rei (Joãozinho da Pecadora)

Palavra de rei é de lei
Ah é lei, permanece até o fim
Palavra de rei é de lei
Ah é lei, permanece até o fim
Quero que a desilusão tome conta de mim
Se ela vier chorando
Pedir pra ficar e eu disser que sim

Tudo que passei
Não posso me esquecer
Sofri demais sem merecer
Mas antes só do que mal acompanhado
Jarro que vai muito à fonte
Acaba sendo quebrado

Sai de Baixo (Eduardo Marques)

Sai de baixo
Senão eu vou passar por cima
Sai da frente
Senão eu vou atropelar
Quando chega a hora da batucada
Eu saio na disparada
Pra não perder meu lugar

Filho de batuqueiro
Candongo de Orixá
Na batucada da vida sou o primeiro a sambar
Quando o galo cantou
A lua dormiu
Madrugada chorou
E a batucada não viu (a polícia que viu)

Samba na Praça Onze (Antônio Fontes Soares "Colher")

Praça Onze tens um passado de glória
Canto em memória dos sambistas de outrora
Quando ouço o toque dos tamborins nas favelas
Lembro do grande sambista
Nosso Paulo da Portela
Em memória vou cantando relembrando o bacharel
Que é o nosso saudoso Noel

Já estão glorificados
Todos cobertos de glória
Os sambistas falecidos,
Que no cenário do samba tem seu nome na história

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Força de Vontade (Mijinha / Monarco)

Quem eu já deixei não quero mais
Me deixa em paz
Já sofri bastante por te amar
Sofrer assim já é demais

Chega de tanto sofrer na face da terra
Teu amor pra mim já era
Graças a Deus esqueci
Quem tem força de vontade não se desespera
Tentei à voga manera procurar sempre sorrir
Pedi com serenidade forças ao meu criador
Hoje não sinto saudade do seu falso amor

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Sofres por querer liberdade (Mijinha / Monarco)

Ouvi dizer
Que sofres por querer liberdade
Se criaste na orgia
Hoje tu estás privada
Teu coração palpita noite e dia

Estás ficando acabada
Está se acabando aos poucos
Quem viver ao teu lado
E não tiver cidado fica louco
Eu não quero enlouquecer
Vou lhe dar a liberdade
Para o bem do meu viver

Sentimento (Mijinha)

Sentimento em meu peito eu tenho demais
A alegria que eu tinha nunca mais
Depois daquele dia em que eu fui sabedor
Que a mulher que eu mais amava nunca me teve amor

Hoje ela pensa que estou apaixonado
Mas é mentira está dando um golpe errado
Agora estou resolvido a não amar a mais ninguém
Porque sem ser amado não convém

Muito embora abandonado (Mijinha - Chico Santana)

Muito embora abandonado
Eu estou conformado
Com a minha dor
Deixa eu viver sozinho
Eu vivo bem sem te carinho amor

Infelizmente eu conheço a minha pouca sorte
Vivendo contigo é melhor pedir a Deus a morte
Segue teu caminho que eu seguirei o meu
Eu longe de ti dou graças a Deus

Fui Condenado (Mijinha / Monarco)

Eu fui condenado
A viver desprezado
Vou pedir a Deus a morte
Só porque não tenho sorte
Já é demais o meu penar
Não posso mais suportar
Essa dor em meu lar
Eu vou chorar

Fui condenado
A viver sem ter amor
Martirizado vou sentindo esta grande dor
Levanto as mãos pro céu
Pergunto a Deus que mal eu fiz
Pra ser no mundo infeliz

Falsa recompensa (Mijinha / Monarco)

Pode andar a vontade
Já te dei a liberdade
Não és menor
Já tem idade
Assim será melhor

Vai por esse mundo à fora
Ele é qem vai lhe ensinar
O que fizestes a mim, tens que pagar
Estava na estrada da vida
Tristonha, chorando
Pedindo guarida
Me compadeci, lhe amparei
Me deste em recompensa a falsidade
Por isso estou resolvido
Vou te dar a liberdade

Chega de padecer (Mijinha)

Pensar em ti pra que?
Chega de padecer
Eu vou te esquecer de vez
Eu não posso mais sofrer

Saudades de mim de sentir
Sentindo o coração vai palpitar
E feliz irei sorrir
Eu ei de ver vc penar

Adeus, eu vou partir (Mijinha - Chico Santana)

Adeus eu vou partir
Por não poder
Mais resistir
Tamanha dor
Sinto em deixar
Meu doce lar
Por não poder
Compreender este amor

A felicidade não existe para mim
Eu não tenho sorte
A minha foi sempre assim
Com os olhos razos d'água
Deixo um adeus
Por não poder mais resistir
Aos sofrimentos meus

segunda-feira, 9 de março de 2009

São Paulo, chapadão da glória (Silas de Oliveira / Joacyr Santana)

Madrugada triste de garoa
Na serra a brisa entoa
Num momento o pensamento voa
Minha voz embarga, mas não me calo
Com lápis e pincel
Pintei neste painel a singela homenagem a São Paulo
São Paulo cantamos em seu louvor
Com porteiro relevante, exaltamos com fervor
Sendo descendentes de Ramalho
Se dedicam ao trabalho, com verdadeiro amor
Aos ideais relutantes, exemplos de bravuras incessantes
Marcaram muitas glórias na história do Brasil
Tú és poderoso gigante, terra dos desbravadores
E dos grandes bandeirantes
Ó povo dos povos onde viveu a alegria de um rei
Que enalteceu a coroa, deixando a regência
Na linda Terra da Garoa

domingo, 8 de março de 2009

Rádio Patrulha (Silas de Oliveira / Marcelino Ramos / J. Dias / Luisinho)

Se a rádio patrulha
Chegasse aqui agora
Seria uma grande vitória
Ninguém poderia Correr
Agora e que ver
Quem é malandro não pode correr
Agora e que ver
Quem é malandro não pode correr

Resistência e coragem
Não lhe ofereço
Quando ela chega
Impondo respeito
Não merece o preço

Pernambuco, leão do Norte (Silas de Oliveira)

Nesta admirável página
Que o passado deixou
Enaltece a nossa raça
Disse um famoso escritor
E Maurício de Nassau
Na verdade foi um invasor
Muito genial
Glórias a Vidal de Negreiros
E a seus companheiros que na luta
Contra os holandese
Sem defesa ao leão do norte
Aarriscaram suas vidas preferiram a morte
Nas terras dos guararapes
Teatro triste da insurreição
Foi neste ato
Coragem abnegação
Pernambuco hoje é orgulho da federação
Evocando os palmares
Terra de amor que diz
Ainda ouço pelos ares
O retumbante grito do Zumbi

O Império tocou reunir (Silas de Oliveira / Mano Décio da Viola)

Vem, vem ouvir
O império tocou reunir
Vem, vem ouvir
O império tocou reunir
Não fique assim desanimada
Seu amor vai dizer
Que você é uma louca apaixonada
Não se deixe dominar
Que o amor é uma ilusão
Que não vale nada
Ao invés de você chorar
Vem cantar até chegar a madrugada

Eu quero lhe ver cantando
Sorrindo e sambando
Pra esquecer esta paixão
Que domina seu coração
É triste você sentir uma dor
Quando alguém
Vem sorrir do seu amor

Na água do rio (Silas de Oliveira / Manoel Ferreira)

Na água do rio
Vejo a canoa girar
Tem nego, ioiô
Sem remo, iaiá
Na água do rio
Canoa nunca parou
Tem nego, iaiá
Sem remo, ioiô

Este mundo é um rio em demonstração
Que esclarece o transporte de toda ilusão
Teu sorriso é um barco navegador
Passageiro ganhei o teu falso amor
Não é, meu amor

Meu Drama (Silas de Oliveira / Joaquim Ilarindo)

Sinto abalada minha calma
Embriagada minh’alma
Efeito da tua sedução
Oh! Minha romântica senhora tentação
Não deixes que eu venha sucumbir
Neste vendaval de paixão

Jamais pensei em minha vida
Sentir tamanha emoção
Será que o amor por ironia
Deu-me esta fantasia
Vestida de obsessão
A ti confesso que me apaixonei
Será uma maldição
Não sei...

Medalhas e Brasões (Silas de Oliveira / Mano Décio da Vila)

Esta brilhante página
Da nossa história militar
É um lindo cenário de ilustrações
Que glorificaram os nossos rincões
Onde desfilaram
Medalhas e brasões
Que glorificaram
Seus filhos varonis
São fatos da nossa história
Que deram glórias ao nosso país
A coragem de Caxias
O Exército glorificou
A bravura de Marcílio Dias
A Marinha consagrou
Num predomínio de fé
Exaltamos Barroso
E o bravo Tamandaré
Ao finalizar essa história
Narramos as batalhas meritórias
Curuzu, Riachuelo e Paissandu
Tiveram muita expressividade
Em suas vitórias
Sua Majestade
Nosso querido imperador
Orgulhosamente
Nossos heróis condecorou
Lá lá lá lá
Brasil, ó meu querido Brasil

Me leva (Silas de Oliveira / Anísio Silva / José Garcia)

Me leva em teus braços
Aqui não posso mais ficar
Por ti eu tudo faço
Para não te ver chorar

Me leva em teus braços
Para onde for
Por ti eu tudo faço
Pelo amor do nosso amor

Heróis da Liberdade (Silas de Oliveira / Mano Décio da Viola / Manoel Ferreira)

Passava noite, vinha dia
O sangue do negro corria
Dia a dia
De lamento em lamento
De agonia em agonia
Ele pedia o fim da tirania
Lá em Vila Rica
Junto ao largo da Bica
Local da opressão
A fiel maçonaria, com sabedoria
Deu sua decisão
Com flores e alegria
Veio a abolição
A independência
Laureando o seu brasão
Ao longe soldados e tambores
Alunos e professores
Acompanhados de clarim
Cantavam assim
Já raiou a liberdade
A liberdade já raiou
Essa brisa que a juventude afaga
Essa chama
Que o ódio não apaga pelo universo
É a evolução em sua legítima razão
Samba, ó samba
Tem a sua primazia
Em gozar de felicidade
Samba, meu samba
Presta esta homenagem
Aos heróis da liberdade
Ô, ô, ô, ôLiberdade senhor!

Fica (Silas de Oliveira)

Fica
O meu desejo é profano é açoite
Fica
Fica comigo esta noite
Nunca é memais pedir para amar
Eu tenho medo de você ir e não voltar
Depois de tanto, tanto te esperar

Inteligentemente, esta tua malícia
De tendência fictícia
É de torturar
Mas evidentemente quem bate não sente
Mas não me canso de te implorar
Pra ficar

Exaltação a Caxias (Silas de Oliveira / Mano Décio da Viola)

A 25 de agosto de 1803
Data em que nasceu Caxias
Soldado de opulenta galhardia
Este bravo guerreiro
Hoje patrono do Exército brasileiro
Com elevado espírito de estadista
Pacificou de Norte a Sul
Os revolucionistas
Seu gesto nobre de civismo
É um modelo magnífico
De patriotismo
A sua casta primazia
Está na maneira
Pela qual se conduzia
Honrosamente sentimo-nos orgulhosos
Em apresentar
Que este vulto encerra
Na paz ou na guerra
O ideal do Brasil militar
Lá-iá, lá-iá, lá-iá, lá-iá, lá lá lá

E seria levado pela tempestade

Glórias e Graças da Bahia (Silas de Oliveira / Joacyr Santana)

Oh, como é tão sublime
Falar das suas glórias
E dos seus costumes, formosa Bahia,
Catedrais ornadas de encantos mil
Do candomblé, da famosa magia
Celeiro de heróis
E bravura varonil
Lá, rá , rá, rá, rá, rá, rá
Bahia, Bahia
Terra do Salvador
Iaô, iaô, iaô
Gegê, nagô, gegê, nagô
Saravá, saravá
Yerê, yerê de abê ocutá
Em louvor à rainha do mar
Iemanjá, Iemanjá
É lindo, é maravilhoso
Assistir à cerimônia do lava-pés
Ver a baiana com seu traje suntuoso
Apregoando caruru, vatapá e acarajé
Ouvir o povo em romaria cantando assim:
Vou pagar uma promessa
A Nosso Senhor do Bonfim, ô ô
Ô ô ô ô Bahia
No seu abençoado berço dourado
Ô ô ô ô Bahia
Nasceram grandes vultos na nossa história
Maria Quitéria, a brava heroína
Ana Neri, símbolo da abnegação
Castro Alves, apóstolo da Abolição
Rui Barbosa, gênio da civilização

Dom João VI (Silas de Oliveira / Mano Décio da Viola / Antônio dos Santos)

Foi D. João VI
O precursor da nossa Independência
Belo histórico texto
Esse monarca deixou
Livres todos os portos
E o comércio do Brasil
E outros atos importantes
Que o imortalizaram
Em serviços relevantes

Esse vulto imortal
Ao regressar a Portugal
Disse ao seu povo
Oh, que terra hospitaleira
É aquela nação brasileira
Felicidades perenes eu gozei
Ali eu fui felizAli eu fui um rei

Estou Gamado (Silas de Oliveira)

Ô, ô, ô bem
Só eu sei o dom que você tem
Você me deixou gamado
Hoje eu não posso ver ao teu lado ninguém

Mais ninguém, mais ningém
Mais ninguém
É por isso que eu digo me bem

Calamidade (Silas de Oliveira)

Às vezes esqueço que estou aqui na Terra
De tanto pensar no Céu
Chegando mesmo a preferir a guerra
A paz é muito mais cruel
Vejo a doçura amarga tanto quanto fel
O pano hoje é inferior ao papel
O doutor passou a ser bedel

Senhor, olhai a calamidade
Que domina essa nossa humanidade
A desgraça hoje é felicidade
A mentira tem mais valor que a verdade

Caçador de Esmeraldas (Silas de Oliveira / Mano Décio da Viola)

Paes Leme, o desbravador
Cuja famosa expedição chefiou
Sua história é página de valor
Foi o século XVII que nos presenteou
Nas jornadas fulgurantes dos bandeirantes
Herói se revelou
Mas o sonho das ricas esmeraldas
Não realizou

Que importa que as pedras verdes
Tivessem sido um sonho vão
E a serra da prata
Sua desejada paixão
Glória ao sertanejo
Que em plena mata do bravio sertão
Deu a própria vida
Ao progresso da nossa nação
E seria levado pela tempestade

Berço do Samba (Silas de Iliveira / Edgard Cardoso)

O primeiro berço
Que o samba e embalou
Foi na Mangueira, ô ô ô
Esta melodia
Um dis poeta cantou
Daí a fama fico

Somente o tempo confirmou
Nasceu no Estácio mas a Favela o criou
A ceitou a Portela sua madrinha
O Salgueiro seu padrinho
Daí o Samba se batizou

Aquarela Brasileira (Silas de Oliveira)

Vejam esta maravilha de cenário
É um episódio relicário
Que o artista num sonho genial
Escolheu pra este carnaval
E o asfalto como passarela
Será a tela do Brasil em forma de aquarela
Passeando pelas cercanias do Amazonas
Conheci vastos seringais
No Pará a ilha de Marajó
E a velha cabana do Timbó
Caminhando ainda um pouco mais
Deparei com lindos coqueirais
Estava no Ceará, terra de Irapuã
De Iracema e Tupã
Fiquei radiante de alegria
Quando cheguei na Bahia
Bahia de Castro Alves, do acarajé
Das noites de magia do cadomblé
Depois de atravessar as matas do Ipu
Assisti em Pernambuco
A festa do frevo e do maracatu

Brasília tem o seu destaque
Na arte, na Beleza e arquitetura
Feitiço de garoa pela serra
São Paulo engrandece a nossa terra
Do leste por todo centro-oeste
Tudo é belo e tem lindo matiz
O Rio do samba e das batucadas
Dos malandros e mulatas
Com seus requebros febris
Brasil, essas nossas verdes matas
Cachoeiras e cascatas
De colorido sutil
E este lindo céu azul de anil
Emolduram em aquarela o meu Brasil

Apoteose ao Samba (Silas de Oliveira / Mano Décio da Viola)

Samba, quando vens aos meus ouvidos
Embriagas meus sentidos
Trazes inspiração
A dolência que possuis na estrutura
É uma sedução
Vai alegrar o coração daquela criatura
Que com certeza está morrendo de paixão
Samba cantado por muitos ares
Atravessaste os sete mares
Com evolução
O teu ritmo quente
Fica ainda mais ardente
Quando vem da alma de nossa gente

Eu quero que sejas sempre
Meu amigo leal
Não me abandones não
Vejo em ti o lenitivo ideal
Em todos os momentos de aflição
És meu companheiro inseparável de tradição
Devo-lhe toda gratidão
Samba eu confesso, és a minha alegria
Eu canto pra esquecer a nostalgia

Amor Aventureiro (Silas de Oliveira / Mano Décio da Viola)

Eu inspiro aventura
Respiro com loucura
Oh Deus, é inocente a criatura
Ajudai-me a esquecer
És um botão em flor
Jamais chegaria a ser meu grande amor
Não, não deixes que a tentação
E a malícia
Venham a seduzir meu coração
E arrebatar a minh'alma
Dai perdida toda calma
Eu leve com unção
A criatura á perdição

A paz universal (Silas de Oliveira / Mano Décio da Viola)

Estabeleceu a paz universal
Depois da guerra mundial
A união entre as américas do Sul, Norte e Central
Nunca existiu outra igual
Na vida internacional

Nosso Brasil sempre teve referências
Nas grandes conferências
Da paz universal
É o gigante da América Latina
Uruguai e Paraguai, Bolívia
Chile e Argentina

A Lei do Morro (Silas de Oliveira / Mestre Fuleiro)

Quando dois malandros em disputa
Saem ao encontro da luta
Pra matar ou morrer
Ninguém grita socorro
A lei do morro é matar pra não morrer
Ninguém grita socorro
A lei do morro é matar pra não morrer

Se o caso é questão de jogo
Ou a honra da mulher
Meu amigo, lá em cima é fogo
Vence aquele que puder

61 Anos de República (Silas de Oliveira / Mano Décio da Viola)

Apresentamos
A parte mais importante da nossa história
Se não nos falha a memória
Foi quando vultos notáveis
Deixaram suas rubricas
Através de 61 anos de República
Depois de sua vitória proclamada
A constituinte votada
Foi a mesma promulgada
Apesar do existente forte zum-zum-zum
Em 1891, sem causa perca
Era eleito Deodoro da Fonseca
Cujo governo foi bem audaz
Entregou a Floriano Peixoto
E este a Prudente de Morais
Que apesar de tudo
Terminou com a guerra de Canudos
Restabelecendo assim a paz
Terminando enfim todos os males
Em seguida veio Campos Sales
Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha
Hermes da Fonseca e outros mais
Hoje a justiça
Numa glória opulenta
A 3 de outubro de 1950
Nos trouxe aquele
Que sempre socorreu a Pátria
Em horas amargas
O eminente estadista Getúlio Vargas
Eleito pela soberania do povo
Sua vitória imponente e altaneira
Marcará por certo um capítulo novo
Na história da República brasileira

5 Bailes da Hitória do Rio (Silas de Oliveira / Ivone Lara / Bacalhau)

Carnaval
Doce ilusão
Dê-me um pouco de magia
De perfume e fantasia
E também de sedução
Quero sentir nas asas do infinito
Minha imaginação
Eu e meu amigo orfeu
Sedentos de orgia e desvario
Cantaremos em sonho
Cinco bailes na história do Rio

Quando a cidade completava vinte anos de existência
Nosso povo dançou
Em seguida era promovida a capital
A corte festejou
Iluminado estava o salão
Na noite da coroação
Ali no esplendor da alegria
A burguesia fez sua aclamação
Vibrando de emoção
Que luxo, a riqueza
Imperou com imponência
A beleza fez presença condecorando a independência
Ao erguer a minha taça
Com euforia
Brindei aquela linda valsa
Já no amanhecer do dia
A suntuosidade me acenava
E alegremente sorria
Algo acontecia
Era o fim da monarquia

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Não vá atrás de ninguém (Ismael Silva)

Aos meus vizinhos eu agrado também
Mas meu carinho só você é que tem
Os meus rivais fazendo mal se entretem
Não chores mais, não vá atrás de ninguém

Retratos meus eu sempre tenho que dar
Quem lhe contou, interpretou muito mal
Só mesmo Deus é que consegue escapar
Da língua desse pessoal

Não tenho queixa (Ismael Silva / David Raw)

Do meu amor nada posso dizer
Por que com ela eu vivo em paz
Tudo que eu peço para ela fazer
Se bem eu digo, melhor ela faz

Na nossa vida não há desprazer
O nosso amor é difícil ter fim
Não tenho queixa do meu bem-querer
Ela também não tem queixa de mim

Não te dou perdão (Ismael Silva)

Não te... darei perdão
Porque eu já curei
Da ingratidão
Eu jamais esquecerei

O meu perdão
Tu não terás
O teu amor
Não quero mais

A tua ausência
Não me maltrata
Tua amizade
Pra mim não faz falta

Bem que devias
Imaginar
Agora é tarde
Pra lamentar

Fizeste mal
Sem ter razão
Por isso mesmo
Não darei perdão

Não há (Ismael Silva / Nilton Bastos / Francisco Alves)

Não há
Não há quem não se iluda
Com seu sorriso traidor
Dizem que vingança é pecado
Então tu podes crer
Que serei um pecador

Nunca se deve
Confiar numa mulher
Porque quando não se espera
Faz do homem oque ela quer

Por isso a nenhuma
Eu não darei confiança
Pois ela ilude o homem
Como fosse uma criança

Mulher assim
Deus me livre não preciso
Meu benzinho tu pensavas
Me iludir com teu sorriso

Mas nunca vai ser
Dona do meu coração
Queres me ver sofrer
Desiste da pretensão

Meu único desejo (Ismael Silva)

Tu devolveste meus recados e minhas cartas
E os presentes, nada disso eu aceitei
O que eu só faço questão de receber e devolver
São os beijos que te dei

Se não é este o meu único desejo
Não quero mais poder me retirar daqui
Quanto mais fecho os meus olhos mais te vejo
Quanto mais foges, mais me sinto junto à ti

Me faz Carinhos (Ismael Silva / Francisco Alves)

Mulher, tu não me faz carinhos
Teu prazaer é de me ver aborrecido
Ora, vai mulher!! estás contrariada
Tu não és obrigada a viver comigo

Se eu fosse homem branco
Ou por outra mulatinho
Talvez eu tivesse sorte
De gozar os teus carinhos

A maré que enche vaza
Deixa a praia descoberta
Vai-se um amor e vem outro
Nunca vi coisa tão certa

Oh- meu bem o teu orgulho
Algum dia há de acabar
Tudo com o tempo passa
A sorte é deus quem dá

Vou me embora, vou me embora
Como já disse que vou
Eu aqui não sou querido
Mas na minha terra eu sou

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Me deixa sossegado ( Ismael Silva / Nilton Bastos / Francisco Alves)

Vai mulher cruel
Pra você eu sou pesado
Pegue a tua riqueza
E me deixa sossegado

Já sei que tu tens riqueza
Mas na minha não preciso
Pra viver com franquesa
Antes quero prejuízo

Algum dia há de ver
Que és muito arengueira
E nunca podes viver
Com ninguém desta maneira

Esta tua amizade
Pra mim é indiferente
Digo toda a verdade
De quem diz naturalmente

Ironia (Ismael Silva / Nilton Bastos / Francisco Alves)

Não tens nada de beleza
Alem disso és dureza
Não vivo de carinho
Fizeste boa promessa
Foi assim nessa conversa
Que me enganei direitinho

Contigo eu me enganei
Pelo valor que te dei
Fui direitinho no seu carinho
Na sua conversa eu andei

Pode ficar descansada
Não vou mais te procurar
Para amar tanto
Nunca ter nada
Sozinho eu quero ficar

Eu gosto, mas não é muito (Ismael Silva / Nilton Bastos / Francisco Alves)

Olha, escuta meu bem
É com você que eu estou falando, neném
Esse negocio de amor, não convém
Gosto de você, mas não é muito...muito...

Fica firme, não estrila
Traz o retrato e a estampilha
Que eu vou vê
O que eu posso fazer por você

Teu amor é insensato
Me amofinou mesmo de fato
Não leve a mal
Eu prefiro a lei marcial

Amor de malandro (Ismael Silva / Francisco Alves / Frei Junior)

Vem , vem
Que eu dou tudo a você
Menos vaidade
Tenho vontade
Mas é que não pode ser

Amor é o do malandro
Oh! Meu bem
Melhor do que ele ninguém
Se ele te bate é porque gosta de ti
Bater em que não se gosta
Eu nunca vi

Gandaia (Ismael Silva / Francisco Alves)

Gandaia é o que me dá saudade
Do tempo da mocidade era minha alegria
Gandaia, palavra bem proferida
Que não me fica esquecida
Nem de noite, nem de dia

Gandai sempre foi o meu desejo
Quanto tempo que não vejo
Esta vida que eu vivia
Ai quem me dera agora
Ter que viver de outrora
Quem na gandaia andar
Pode ter a certeza que sabe gozar
Gandai sempre foi o meu desejo
Quanto tempo que não vejo
Esta vida que eu vivia

Com a vida que pediste a Deus (Ismael Silva)

Eu queria te fazer feliz...
Mas me surpreendi
Com os defeitos teus
Se é conforme todo o mundo diz
Estas com a vida
Que pediste a Deus...

Ninguém te da valor
Ninguém de ti tem dó...
Não queres o amor
De uma pessoa só
Se a regeneração
Vier te interessar
Com minha proteção
Podes contar

Entre os defeitos teus
Este é o principal
Vou dar-te um adeus
Sem ser meu ideal
Pra não me colocar
Em ma situação
Prefiro declinarDa pretensão

Choro sim (Ismael Silva)

Choro sim, com razão
Não tem fim minha aflição
Me acmpanha noite e dia
Uma grande nostalgia

Minha dor na verdae é moral
Porém me faz chorar
Por ser tão pertinaz
Até parece que é imortal
Pois este desprazer
Não me deixa mais em paz

A razão eu não conto a ninguém
Até faço questão de sempre ocultar
Por que eu sei que existe alguém
Que da minha aflição
Sei que vai se gloriar

Agradeças a mim (Ismael Silva)

Se saíste do morro
Se tens felicidade
Agradeças a mim
Por que se não fosse assim
Não estarias na cidade

Nem sonhavas em ser o que és
Já conheces até cabarés
Não tens recordação
Daquele teu barracão

Tu andavas de má intenção
E eu nunca prestei atenção
Mas até que afinal
Jámelivrei deste mal

Amar (Ismael Silva / Nilton Bastos / Francisco Alves)

Amar, amar
Sem ser amado isso não
Penar, penar
Antes quero viver só então

Há muita gente que desconhece
A amizade por interesse
Existe amor interesseiro
E muitos pensam ser verdadeiro

Isso acontece
Com o convencido
Que nunca pensa ser iludido
E vai vivendo sempre enganado
Pensando mesmo em ser amado

Arrependido (Ismael Silva / Nilton Bastos / Francisco Alves)

Eu fiz tudo
Pra esquecer a quem amei
Hoje estou arrependido
Sem querer eu já chorei
Eu já chorei sem querer

Chorei por ter me lembrado
De tudo quanto eu fazia
Era tanta ingratidão
E você não merecia
Muito eu te fiz chorar
Não merço teu perdão
Tu deves me castigar
Magoei teu coração

Em viver junto de ti
Ainda tenho esperança
O teu amor eu já vi
Que não me sai da lembrança
Quem diz fazer o quer
Eu digo não ser verdade
Enquanto existir mulher
Há de existir saudade

Todo mundo quer (Ismael Silva)

Trabalho igual ao meu
Todo mumdo quer
Mas nem todos podem arranjar
Pego as 11:00 horas largo ao meio-dia
E tenho uma hora pra almoçar

Fico as vezes até sem comer
Só pra não mastigar
Não há coisa melhor
Do que não fazer nada
E depois descansar

Ingratidão (Ismael Silva)

Você não se cansa
De me maltratar
Por sua causa quase choro
Sei que uma vingança
Pode lhe ensinar
Mas infelizmente eu lhe adoro

Todo mundo sabe
Que em meu coração
Quase já não cabe tanta ingratidão
Gostaria de ouvir
O que é que você diz
Quando alguém pegunta
O que é que eu fiz?

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Uma Jura Que Fiz (Ismael Silva / Noel Rosa / Francisco Alves)

Não tenho amor
Nem posso amar
Pra não quebrar
Uma jura que fiz
E pra não ter
Em quem pensar
Eu vivo só
E sou muito feliz

Aquela que eu mais amava
Só pensava em me trair
Quando eu menos esperava
Partiu sem se despedir
Essa mesma criatura
Quis voltar mas eu não quis
E hoje cumprindo a jura
Vivo só e sou feliz

Um amor pra ser traído
Só depende da vontade
Mas exixte amor fingido
Que nos traz felicidade
A mulher vive mudando
De idéia e de ação
E o homem vai penando
Sem mudar de opinião

Se Você Jurar (Ismael Silva / Nílton Bastos / Francisco Alves)

Se você jurar que me tem amor
Eu posso me regenerar
Mas se é para fingir, mulher
A orgia assim não vou deixar

Muito tenho sofrido
Por minha lealdade
Agora estou sabido
Não vou atrás de amizade
A minha vida é boa
Não tenho em que pensar
Por uma coisa à-toa
Não vou me regenerar

A mulher é um jogo
Difícil de acertar
E o home como um bobo
Não se cansa de jogar
O que eu posso fazer
É se você jurar
Arriscar a perder
Ou desta vez então ganhar

O Que Será de Mim (Ismael Silva / Nilson Bastos / Francisco Alves)

Se eu precisar algum dia
D0e ir pro batente
Não sei o que será
Pois vivo na malandragem
E vida melhor não há

Minha malandragem é fina
Não desfazendo de ninguém
Deus é quem nos dá a sina
E o valor dá-se a quem tem
Também dou a minha bola
Golpe errado ainda não dei
Eu vou chamar Chico Viola
Que no samba ele é rei (Dá licença seu Mário)

Oi, não há vida melhor
Que vida melhor não há
Deixa falar quem quiser
Deixa quem quiser falar
O trabalho não é bom
Ninguém pode duvidar
Oi, trabalhar só obrigado
Por gosto ninguém vai lá

Novo Amor (Ismael Silva)

Arranjaste um novo amor, meu bem
Eu fui um infeliz bem sei
Mas ainda tenho fé
Que hei de te ver chorar
Quando souberes amar
Como eu te amei

Tu não deves
De ter tanta pretensão
Olha que o tempo muda
E a vida é uma ilusão
Tu fazes pouco de mim
Mas isto que bem me importa
Fica sabendo meu bem
Que o mundo dá muita volta

Arranjei outra
Que não troco por ninguém
Já que tu me abandonaste
Há males que vêm pra bem
Hoje em dia sou feliz
Sem a tua ingratidão
Encontrei outro benzinho
A quem dei meu coração

Nem é Bom Falar (Ismael Silva / Nilton Bastos / Francisco Alves / Noel Rosa)

Nem tudo que se diz se faz
Eu digo e serei capaz
De não resistir
Nem é bom falar
Se a orgia se acabar

Tu, falas muito, meu bem
E precisas deixar
Tu falas muito, meu bem
E precisas deixar
Senão eu acabo
Dando pra gritar na rua
Eu quero uma mulher bem nua

Mas esta vida
Não há quem me faça deixar
Por falares tanto
A polícia quer saber
Se eu dou meu dinheiro todo a você

Até que enfim
Eu agora estou descansado
Até que enfim
Eu agora estou descansado
Ela deu o fora
Foi morar lá na Favela
E eu não quero saber mais dela

Dona do Lugar (Ismael Silva / Noel Rosa / Francisco Alves)

(Chegou...) Chegou a dona do lugar
Chegou...
Pelo modo de pisar
Se vê que é Iaiá de Ioiô

Lá vem ela, lá vem ela
Com o Ioiô do seu lado
Arrastando a chinela
Dizendo samba raiado
Quando ela pega a sambar
Com o seu sapateado
Todos ficam a gritar

Dando viva ao Cais Dourado
E essa bela Iaiá
Não acredita em muamba
Ela tem uma patuá
Que é todo o nosso samba
Vou pedir, vou implorar
A meu Senhor do Bonfim
Pra fazer essa Iaiá
Se apaixonar por mim

Contrastes (Ismael Silva)

Existe muita tristeza
Na rua da alegria
Existe muita desordem
Na rua da harmonia
Analisando essa estória
Cada vez mais me embaraço
Quanto mais longe do circo
Mais eu encontro palhaço

Cada vez mais me embaraço
Analisando essa estória
Existe muito fracasso
Dentro do largo da Glória
Analisando essa estória
Cada vez mais me embaraço
Quanto mais longe do circo
Mais eu encontro palhaço

Antonico (Ismael Silva)

Ôh Antonico
Vou lhe pedir um favor
Que só depende da sua boa vontade
É necessário uma viração pro Nestor
Que está vivendo em grande dificuldade
Ele está mesmo dançando na corda bamba
Ele é aquele que na escola de samba
Toca cuíca, toca surdo e tamborim
Faça por ele como se fosse por mim

Até muamba já fizeram pro rapaz
Porque no samba ninguém faz o que ele faz
Mas hei de vê-lo bem feliz, se Deus quiser
E agradeço pelo que você fizer

Ando Cismado (Noel Rosa / Ismael Silva)

Mulher, eu ando cismado
Que me enganei com você
Se algum dia não ficar mais a seu lado
Não precisa perguntar por quê.

A mentira é fatal
Creio que não é por mal
Que a mulher nos faz descrer
Mas se é realidade
Sua grande falsidade
Eu hei de ver você sofrer.

Eu cismado espero agora
Ver você a qualquer hora
Dando ao outro o coração
Quando chegar esse dia
Deixo sua companhia
Sem explicar por que razão.

Adeus (Noel Rosa / Ismael Silva)

Adeus, adeus, adeus...
Palavra que faz chorar
Adeus, adeus, adeus...
Não há quem possa suportar

Adeus é bem triste
Que não se resiste
Ninguém, jamais,
Com adeus pode viver em paz(Foi o último adeus...)

Pra que foste embora?
Por ti tudo chora!
Sem teu amor
Esta vida não tem mais valor(Foi o último adeus...)

A razão dá-se a quem tem (Ismael Silva / Noel Rosa / Francisco Alves)

Se meu amor me deixar
Eu não posso me queixar
Vou sofrendo sem dizer nada a ninguém
A razão dá-se a quem tem

Sei que não posso suportar (Se meu amor me deixar)
Se de saudades eu chorar (Eu não posso me queixar)
Abandonado sem vintém (Vou sofrendo sem dizer nada a ninguém)
Quem muito riu chora também (A razão dá-se a quem tem)

Se meu amor me deixar
Eu não posso me queixar
Vou sofrendo sem dizer nada a ninguém
A razão dá-se a quem tem

Eu vou chorar só em lembrar (Se meu amor me deixar)
Dei sempre golpe de azar (Eu não posso me queixar)
Pra parecer que vivo bem (Vou sofrendo sem dizer nada a ninguém)
A esconder que amo alguém (A razão dá-se a quem tem)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Legados de Dom João VI (Candeia / Picolino / Waldir 59) Samba Enredo do Portela de 1957

Quando veio para a nação
Que mais tarde o consagraria
D. João VI, o nobre magistrado
Ao passar pelo estado da Bahia
Instituiu novo texto
Abrindo os portos do Brasil
Para o mercado universal
Logo após seguiu o seu roteiro
Com destino ao Rio de Janeiro
Quando aqui chegou, desembarcou com toda família real
Incomensurável séquito
Vulto de notável mérito
O eminente príncipe-regente

Um ano depois Sua Alteza
D. João ordenou
A invasão da Guiana Francesa
E depois criou com sabedoria
Academia da Marinha, Museu Nacional
Escola de Belas Artes, também o primeiro jornal
Mais tarde o povo aclamou
Esta figura de grande marca
Unidos em coros mil
Viva o grande monarca
Regente dos destinos do Brasil

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Volta para a minha Companhia (Mauro Duarte)

Volta para a minha companhia
Eu já deixei aquela vida de orgia
Nosso lar será feliz
Há de imperar o amor
Tu serás a minha imperatriz
E eu o seu imperador

Violão Amigo (Mauro Duarte / Walter Alfaiate)

Quem me despertou que eu lhe tinha amor
E abriu meu coração foi meu violão
Até sorrias das brincadeiras
Quando diziam que serias minha companheira

Eu te amava e não sabia
Até que um dia
Ao fazer um acorde no meu violão
Procurando fazer uma nova canção
Veio teu nome na minha imaginação

Vazio (Mauro Duarte / Elton Medeiros)

Ando tão vazio
E esta irregularidade persiste
Se pelo menos existisse uma saudade
Eu estaria triste

Silêncio trago dentro de minh’alma enfim
Não sei pra onde vou nem de onde vim
Se faço referência a tão cruel situação
É num instante de alucinação

Timidez (Mauro Duarte / Noca Da Portela)

Nossa timidez
Fez conosco fez o que faz com muitos
Sinceramente amor
Sem ela há tempo estaríamos juntos
Nosso olhar fugia temendo a realidade
E a gente sem saber
Que os nossos corações se amavam de verdade
Quanto tempo chorado
Quanto tempo sofrido
Vamos recuperar esse tempo perdido amor

Sorris De Mim (Mauro Duarte / Walter Alfaiate)

Sorris de mim
Podes zombar eu sei
Eu não vou chorar
Que por amor nunca chorei

Podes rir do meu fracasso
Podes rir da minha dor
Me chamar de palhaço
Mas palhaço que já desfrutou do teu amor

Sonho De Criança "Estado De Coisas" (Mauro Duarte / Noca Da Portela)

Lá se foi minha esperança,
Lá se foi meu bom viver
O meu sonho de criança
Alguém veio desfazer
Só restou uma saudade
Que em meu peito ainda mora
Alegria aborrecida
Se mandou de porta a fora
Da paz me desencontrei
E nesse estado de coisas
Pergunto a mim mesmo: Quem sou eu? Nem sei...
Só sei que predomina a nostalgia em mim
Me fazendo tão sofrido assim

Sofro Tanto (Mauro Duarte, Maurício Tapajós, Paulo César Pinheiro)

Ai, sofrer, ai chorar
Eu derramo tanto pranto
Sofro tanto sossego nem pensar

Abriu no peito uma ferida
E eu trago minha alma dolorida
Não faço outra coisa na vida
É sofrer sem ter peso
É chorar sem medida

Serrinha (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)

Serrinha
É o império do samba chegando
É o povo te homenageando
Te escolhendo como a preferida
Serrinha, que no meio de tanta riqueza
É uma dama da alta nobreza
No cortejo real da avenida

Mas que sedução
Que triunfal
Teu pavilhão imperial
És tradição, és imortal
Sobre as cores verde e branco
Repousa a coroa do império sobre o carnaval
Mesmo quando perde o povo grita é o vencedor
Porque o povo tem o coração de imperador
Império serrano é a minha escola que dá prazer
É o prazer da serrinha
E nos orgulhamos de dizer
Imperial, imperial
Eu sou também efó geral
Por isso vem, vem pessoal
E vamos jurar a bandeira imperial

Um Ser De luz (Mauro Duarte / João Nogueira / Paulo César Pinheiro)

Um dia um ser de luz nasceu
Numa cidade do interior
E o menino Deus lhe abençoou
De manto branco ao se batizar
Se transformou num sabiá
Dona dos versos de um trovador
E a rainha do seu lugar

Sua voz então
A se espalhar corria chão
Cruzava o mar levada pelo ar
Onde chegava espantava a dor
Com a força do seu cantar

Mas aconteceu um dia
Foi que o menino Deus chamou
E ela se foi pra cantar
Para além do luar
Onde moram as estrelas
E a gente fica a lembrar
Vendo o céu clarear
Na esperança de vê-la, sabiá

Sabiá, que falta faz sua alegria
Sem você, meu canto agora é só melancolia
Canta meu sabiá, voa meu sabiá
Adeus meu sabiá, até um dia

Sublime Primavera (Mauro Duarte, Paulo César Pinheiro)

Tem um dia que a gente sempre espera
A chegada da sublime primavera
Só não pode é desistir nem blasfemar
Que vai chegar (2x)
Tem momentos em que a gente desespera
Pois parece uma ilusão, uma quimera
Mas também não custa nada se sonhar
Que vai chegar (2x)

Por pior que seja a vida
Eu não vou viver tristonho
Pois a única saída
É acreditar no sonho
De uma árvore caída
Tem raiz que ainda teima no chão se agarrar
Que a esperança não duvida
Da sublime primavera perdida que vai chegar

Samba do Eleitor (Mauro Duarte, Adelcio De Carvalho)

Doutor não esperava essa do senhor
Errou ao ser eleito esqueceu do eleitor
Fez tanta promessa até agora
Com a sua ingratidão o morro inteiro chora
Torneiras o senhor colocou
Mas acontece que a água não chegou
Está cheia de poços a favela
Mas até hoje a luz ainda é vela

Ouça bem, doutor
Até falar teu nome no morro dá medo
Eu que era o bamba da escola do lugar
Não posso cantar mais samba enredo

Samba de Botequim (Mauro Duarte, Paulo César Pinheiro)

Pra mim um verso de poeta
E a melodia de um compositor
É sempre a minha forma mais direta
De combater a força de uma dor
Pra mim o papo de um amigo
E um copo de um bom vinho ou de um licor
Já é o que eu preciso ter comigo
Pra enfrentar qualquer perigo de desilusão no amor

Foi isso que aprendi no chão da rua
Foi isso que aprendi no botequim
Por isso é que saio buscando nas noites de lua
Alguém que na mesa de um bar cante um samba pra mim

Sacrifício (Mauro Duarte, Maurício Tapajós)

E a reza- Amém
E o sacrifício- Amor
Quantos trocados- Sem vintém
E no ofício- A mesma dor
E a chama- Acesa
E no peito- Um coração com um turbilhão de tristeza
E o resto- nada
E a famíla- vai mal obrigada como eu
Não sei como ninguém ainda não morreu

Reza, Meu Bem (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)

Reza, meu bem
Reza que acalma
Reza pelo nosso bem
Pelo corpo e pela alma

Sem blasfemar
Vou rezar do jeito meu
Meu altar são os braços teus
Sem transgredir
Já escrevi os versos meus
Junto a ti estou junto a Deus
Ô ô ô ô
Do teu lado a vida tem sentido
Ô ô ô ô
Junto a ti me sinto convertido

Resgate (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)

Revendo os mais belos sambas da nossa história
Quantos compositores morreram sem glória
Foram esquecidos em seu mundo de ilusões
Muitos sempre exerceram outras profissões
Mas o dom maior acho que foi o samba nos seus corações
Alguns poetas não viram nada ser gravado
Mas seus versos vão de boca em boca
Porém com o tempo serão apagados
Deles nada restará nem mesmo o seu passado (2x)

Sinto que a hora é de resgatar
Vamos dar valor a arte popular
Que ela sempre foi quem fez a festa
Mas jamais se manifesta
Quando tem que desfrutar

Salve os poetas, salve os bons compositores
Que não puderam realizar sua vontade
Salve os humildes, artesãos, trabalhadores
Salve os que guardam consigo sua vã felicidade
Salve o talento dos anônimos autores
Que não puderam demonstrar sua vaidade
Salve os artistas esquecidos, sonhadores
Que escreveram pelas ruas a história da cidade

Reserva de Domínio (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)

Um coração tão machucado como o meu
Não tem mais forças pra agüentar uma outra dor
Já está cansado de aventuras
Foram tantas amarguras
Tá difícil de encarar um novo amor

Mas sei que muitas insistências vão surgir
Com a carência que hoje existe por aí
Pois a alma aflita pelo tédio
Mediante tanto assédio
Se também se descuidar vai sucumbir

Mas tem que suportar
Sem se preocupar
Com as palavras atiradas pelo chão
Com as promessas perturbando o coração
São juras e mais juras desvairadas
Que eu presumo aparecer
Mas pra não sofrer
Tenho que me armar
Pro domínio não perder
Sei que água mole em pedra dura
Tanto bate até que fura
E é o que não pode acontecer

Pra que afinal (Mauro Duarte / Adelcio de Carvalho)

Você só quer me ver chorando
Triste me lastimando
Parece que o meu penar é seu prazer
Esquece que este maltratar constante
Nos deixa cada vez distantes
Do mundo em que vivemos e que sonhamos ter

Afinal se o amor existe
No que consiste esse maltrato
Não consigo entender
Será um novo modo de viver
Ai de mim, tempo passando
E eu me acabando
Pra quê, pra quem?
Pra nada pra ninguém

Perdão (Mauro Duarte / Maurício Tapajós / Paulo César Pinheiro)

Ai, perdão, venha ao encontro de mim
Já ando necessitado
De também ser perdoado
Para dar perdão no fim

Nesse mundo todo mundo erra
Jesus Cristo quando andou na Terra
Não errou mas foi sacrificado
E clamou por todos nós

Perdão eu vou tentar ser assim
Pois perdoando o pecado
Eu posso ser perdoado
Se sobrar perdão pra mim

A Paixão e a Jura (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)

Eu ando sofrendo tanto
Quando essa paixão me invade
Que às vezes me pego em pranto
Com receio de ferir outra amizade
Você me procura
E eu não sei negar amor nem resistir
Mas fiz uma jura
E essa jura é tão difícil de cumprir

Eu tenho pensado nisso
Mas não sei na realidade
Se desfaço o compromisso
Ou se evito um grande amor contra vontade
Isso é uma tortura
E eu sei bem ninguém por mim vai decidir
E a paixão e jura
Vão fazendo o coração se dividir

Talvez tudo isso seja breve
Talvez eu volte ao meu caminho
Talvez essa paixão me leve
Talvez eu venha terminar sozinho

Nunca Mais (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)

Nunca mais (6x)
Nunca mais ouvirei somente a voz do coração
Quanto mais quando a gente segue a trilha da paixão
Tanto faz para o coração sofrer ou não
Mas a tristeza deixa a gente sem defesa e dói demais
Nunca mais deixarei de ouvir conselhos da razão
Não me apraz ser de novo um prisioneiro da ilusão
Aliás nem sei se serei feliz ou não
Eu nada espero o que eu não quero é sofrer mais

Vou ter mais cautela agora, palavra de rei
Porque me recordo bem do pranto que chorei
E lágrima de amor quando se desfaz
Na correnteza da dor carrega a paz
Por isso eu não vou voltar atrás
O que eu chorei já não choro mais, nunca mais

Não Sou de Implorar (Mauro Duarte)

Não sei se vou me acostumar
Mas se você quer pode ir
Chorar eu sei que vou
Mas de implorar você sabe que eu não sou

Não Sei (Mauro Duarte / Noca Da Portela)

Se eu morrer agora
Pra onde vou não sei
Se vão ficar chorando
Também se vão ficar sorrindo
Eu não sei por que

Será que vão levar na minha campa aquela flor
Por formalidade ou por amor, não sei
Não quero que guardem ódio nem rancor
Daquele que em vida tudo perdoou

Menino Deus (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)

Raiou, resplandeceu, iluminou
Na barra do dia o canto do galo ecoou
A flor se abriu, a gota de orvalho brilhou
Quando o amanhã surgiu dos dedos de nosso senhor
A paz amanheceu sobre o país
E o povo até pensou que já era feliz
Mas foi porque pra todo mundo pareceu
Que o menino Deus nasceu

A tristeza se abraçou com a felicidade
Entoando cantos de alegria e liberdade
Parecia um carnaval no meio da cidade
Que me deu vontade de cantar pro meu amor

Malandro Não Tem Medo (Mauro Duarte / Elton Medeiros)

Eu faço samba
Eu sou bamba
E malandro não tem medo
Mas acho que para morrer, meu Deus do céu
Ainda é cedo

Mais Consideração (Mauro Duarte / Maurício Tapajós / Paulo César Pinheiro)

A minha dor merece mais consideração
Só porque eu não choro até parece
Que eu não tô sofrendo de paixão
Mas por favor não é isso não
A minha dor não aparece pra não alimentar essa ilusão

Por dentro a minha dor é só uma prece
A suplicar que ele regresse pra aliviar meu coração
Só quem dá sinal de rendição
Vai duvidar de quem padece por não querer chorar em vão
Porém se contra a dor que me entristece
O meu sorriso prevalece
Eu de sorrir não abro mão

Maioria Sem Nenhum (Mauro Duarte / Elton Medeiros)

Uns com tanto, outros tantos com algum
Mas a maioria sem nenhum

Essa história de falar em só fazer o bem
Não convence quando o efeito não vem
Porque somente as palavras não dão solução
Aos problemas de quem vive em tamanha aflição

Há muita gente nesse mundo estendendo a mão
Implorando uma migalha de pão
Eis um conselho pra quem vive por aí a esbanjar:
Dividir para todo mundo melhorar

Lenha Na Fogueira (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)

Apesar de te amar como és
Eu jamais cairei a teus pés
Pois no amor tem que haver compreensão dos dois
Pra não sofrer depois
Decepções cruéis
Todo abismo de amor nasce igual
O egoísmo é o primeiro degrau
Quem espera do amor mais do que ele tem
Acaba sem ninguém
Na direção do mal

Aprendi que amor é desde o início
Mais renúncia e sacrifício
Que prazeres pra quem ama
Mas sendo amor também essa fogueira
Quem põe lenha a vida inteira
Nunca mais apaga a chama

Lamentação (Mauro Duarte)

Meus olhos água
Meu peito mágoa
Minha boca vazia igual minhas mãos
E meus ouvidos cheios de lamentação

Sem ideal
Esperando o carnaval
Pra matar minhas penas
Na esperança que um canto
Venha sufocar meu pranto
Mas carnaval são três dias apenas

Jeito Do Cachimbo (Mauro Duarte)

Conheci uma artista
Do teatro de revista
No ato em que trabalhava
Trair o homem era o seu papel
Será, será, será que comigo ela será fiel?

Peço desculpar a minha insinuação
Mas um homem bem vivido tem que andar com precaução
Talvez a minha amizade
Pouco a ela importa
E o jeito do cachimbo às vezes põe a boca torta
Será, será, será que comigo ela será fiel?

Já Era "Palavra" (Mauro Duarte / Jorge Gonçalves / Maginot)

O meu coração quase que parou
Quando você me abandonou
Naqueles momentos como eu sofri
Mas graças a Deus eu soube resistir

Palavra, quase que eu chorei (2x)
Quem conhece a vida não se desespera
No mundo o que tinha que ser já era

A Infelicidade (Mauro Duarte / Niltinho)

A infelicidade tomou conta de mim
Há longos anos eu sofro assim
Ai meu Deus do céu que vida é essa?
Será que eu não mereço ter um dia de festa?

Para cada blasfêmia um perdão
Para cada sofrimento resignação
Eu já ando invocada com esse tal o destino é quem quis
Ah, eu seria tão feliz se eu fosse menos infeliz

Foi Demais (Mauro Duarte / Paulinho Da Viola)

Sinceramente, não sabia que seria assim
Esta chaga dentro do meu peito
Uma dor que nunca chega ao fim
Este amor foi demais pra mim

Toda saudade tem suas dores
Todo pecado um dia tem seu perdão
Em minha vida muitos amores
Nenhum marcou tanto meu coração
Eu bem queria esquecer quem não me ama
E retraçar novamente meu caminho
Tirar das cinzas alguma chama
E não ficar assim no mundo sem carinho

Eu Vou Embora (Mauro Duarte)

Eu vou embora
Eu não quero mais você
Chega de tormento
Chega de sofrer
Não tem um só momento que eu me sinta bem
Parei, dessa vez eu parei com o amor
Eu não quero mais ninguém

Dizem que o amor é natural
Para esquecer deve ser banal
Se de fato o amor vive de passagem
Então que passe bem, boa viagem

Eu Pensei (Mauro Duarte / Adelcio De Carvalho)

Eu pensei e voltei
Se deixar vou ficar, meu bem
Diga que sim pra aliviar meu coração
Que está dependendo do seu perdão

Arrependido do meu pecado
Muito sentido por ter errado
Agora ao voltar pros teus braços
Te farei todo o bem que não fiz
Tenho a certeza que serás feliz

Eu Não Quero Saber (Mauro Duarte)

Eu não quero saber
Da onde vens nem pra onde vais
Eu só sei é que o meu coração
Já conseguiu te esquecer
E não te deseja mais

Já houve tempo sim que eu te adorava
E tu zombavas de mim
Hoje passas por aqui a procura de carinho
É favor não fazer paradeiro
Siga teu caminho não estou mais sozinho

Engano (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)

O amor que acumulei na vida
Foi mais que eu pude dar de mim
Por isso a dor foi mais sentida
Quando eu fiquei sozinho assim

Porque que o amor tem esse lado de ironia (2x)
Que nos enche de alegria pra chorar no fim
Eu fiquei triste porque o amor foi meu engano
E eu não sabia como dói uma ilusão
Contra a tristeza eu faço um esforço sobre-humano
Mas ela agora mora no meu coração

E Lá se foi (Mauro Duarte / Carlinhos Vergueiro)

Lá se foi um pedaço de mim
A metade da casa, a rosa, o jardim
E o que resta é somente saudade
E lembranças da felicidade
Que tão cedo o vento levou
Lá se foi outro amor
Não quero mais chorar
Nem posso mais ficar
Sozinho aonde um dia foi o nosso lar

O meu coração naufraga e sempre se salvou
Encontrando razões pra viver novamente
E nunca se queixou porque o amor que já passou
É quem vai me ensinar a encontrar o grande amor

Dúvida (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)

Pelo amor de Deus
Conte a todo mundo que me ama
Principalmente aonde eu moro
Onde eu vivo dizendo que te adoro
Pelo amor de Deus
Tome consciência do meu drama
Já está saindo comentário
Você ouve e não fala o contrário

Todo mundo me admira
Mas alguma coisa já mudou
Já estão pensando que é mentira
Quando eu falo sobre o nosso amor
Dizem que você foi sutil
Pela dúvida que causou
Quando lhe comentaram você sorriu
Quando lhe perguntaram você calou

Desde que me Abandonou (Mauro Duarte)

Desde que me abandonou, meu amor
Melancolia conta de mim tomou
Fez de mim um sofredor
Magoou meu coração
E hoje volta pedindo clemência
E pedindo perdão

Cuidado, teu orgulho ainda te mata (Mauro Duarte / Walter Alfaiate)

Há quanto tempo te vejo triste
Te abordo falo mas tu resistes
Resiste assim ao contrário do teu coração sejas sensata
Cuidado teu orgulho ainda te mata

Fecha os olhos olha pra dentro e verás quem tu és
Nada nem menos nem mais do que eu
Como podes dizer que nem de joelho a teus pés
Aceitarias de novo os carinhos meus

Contentamento (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)

Meu contentamento não tem fim
Tomara Deus que isso venha a perdurar sempre assim
E por isso agora eu vou viver cantando
Porque chorando secou quase todo o meu pranto
Eu sei bem que mereço mas não esperava tanto

Como eu já sofri bastante posso erguer as mãos pro céu
Pra pedir também pelos que sofrem nesse instante
Que Deus olhe mais pelos seus perto do que me deu
(É por isso que o)

Compaixão (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)

Eu vou pedir a Deus pra te perdoar
Pois tenho compaixão de ti
Inclusive eu vou pedir pra nem te cobrar
Por tudo aquilo que eu sofri
Apesar dessa lembrança de tristeza e dor
Eu não desejei vingança nem guardei rancor
Tenho dó nesse momento dos pedidos teus
Mas teu arrependimento eu entrego a Deus

Carnaval (Mauro Duarte / Adélcio de Carvalho)

Quando na favela eu batucava
E alguém me apreciava
Eu me sentia feliz
Há muito tempo eu vivo te esperando (2x)
Carnaval, traz alegria pro povo
Carnaval, eu venho lhe pedir socorro

Pelo menos um cantar
Me trará mais alegria
Eu fico logo pensando
Qual será a minha fantasia

Inerte, ao ouvir o samba não sei o que faço
Eu acho que devo sair de palhaço

Carioca da Gema (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)

Sou carioca tenho muitos anos de janela
Sou do bairro imperial
Bati canela entre a rua dela e o Largo da Cancela
Andei no morro de São Roque, no Tuiuti também
Brinquei no bloco do ninguém é de ninguém (foi lá que eu andei)
Por causa dela
A moça da cor de canela
Que era a mais bela, eu sou compositor
Fiz meu nome na favela
Fui boêmio do Capela
Sou querido no meio do meu pessoal

E meu grande amor na passarela
É a Portela quando chega o carnaval

Caprichosos De Pilares (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)

Foi Caprichosos de Pilares que chegou (2x)
Bonita, ah que escola bonita na avenida
E alegre que de tristeza e dor já basta a vida
Lá vem a Caprichosos de Pilares
Tremulando pelos ares a bandeira azul e branca
E nela seu brasão tem as armas dessa terra
Que belas, um pandeiro e uma caixa de guerra
E em volta do brasão duas serpentes
Mostram caprichosamente
Quem nasceu doutor em samba
Pilares todos os teus carnavais
São carnavais que ficarão saudosos
Que a passarela brilha muito mais
Quando apresentas teus desfiles caprichosos
Que sambas bonitos
Que belo abre alas
Que graça de porta-bandeira e mestre-sala
Que enredos bem feitos
Que alegorias
E as fantasias têm um toque original
Chegou pra mostrar ao pessoal
Que a Caprichosos
É um pilar dos pilares
Que sustentam o carnaval

Barba de Molho (Mauro Duarte)

Eu sabia que um dia irias me abandonar
Malandro anda sempre de olho
Botei minha barba de molho
Não deixei meu coração te amar

Apesar de andar juntos
Dentro do mesmo assunto
O malandro sempre fui eu
Julgaste ser minha querida
E deixar minha barba crescida
Foi a tua que cresceu

Aventura (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)

Nem sempre eu fiz o que bem quis
Também nunca levei em conta
Do tanto que eu fui infeliz
O pouco que eu sou feliz desconta
Ninguém é mais do que aprendiz
De tudo quanto a vida apronta
E eu não acredito em quem diz
Que encara essa vida e não se amedronta

É como combater o amor
Não conheço quem seja capaz
E no que diz respeito à dor
Força por força essa força arrasta mais
Vive sem defesa, criatura
A mercê da loucura
E a procura de paz
Porém eu não reclamo esta aventura
Sinceramente me satisfaz
Sinceramente me satisfaz.

À Procura da Felicidade (Mauro Duarte, Maurício Tapajós, Paulo César Pinheiro)

Com os braços eu fiz
Tanta força para ser feliz
Com as pernas andei
Por caminhos que até nem sei
Com os olhos eu vi
As saídas sem poder sair
E no peito eu guardei
O que triste, um dia, eu recusei
Pelo mundo, por tanta cidade
A procura da felicidade mas não encontrei
Nada que eu quis nunca deu certo
Nem sequer andei por perto
Não que eu não quisesse muito
É que a tristeza vinha junto
E a solidão chegou primeiro
Me fazendo prisioneiro do que sempre recusei
Pelo mundo, por tanta cidade
A procura da felicidade mas não encontrei

A.M.O.R- Amor (Mauro Duarte / Walter Alfaiate)

A.m.o.r amor
Aprendi soletrar, amei
Chorei sem aprender com ninguém
Quem aprende a amar, aprende a chorar também

Na escola do teu amor
Passei por vários exames
Passei pela prova da dor e da tristeza
Passei pela prova do vexame
Hoje, com o primário concluído
Um pouco mais instruído
Admissão vou estudar
Em caso de traição eu saberei desprezar

Alegria Continua (Mauro Duarte / Noca da Portela)

O samba tem feitiço
O samba tem magia
Não há quem possa resistir
Ao som de uma bateria
É lindo a gente ver
O samba amanhecer
Cheio de poesia

Com o sol aparecendo e a lua indo embora
E a lida tão sofrida vem pra rua
Mas enquanto houver samba a alegria continua
A alegria continua, a alegria continua...

A Água Rolou (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)

Muita água já rolou
Depois que o nosso amor passou
Muito orvalho já desceu
Depois que o nosso amor morreu
Desceu, rolou
E o que tinha pela frente carregou

Morreu, passou
Foi levado na corrente o nosso amor
O orvalho que desceu caiu na fonte
Rolou no monte fez o rio e transbordou
O rio passou por baixo da ponte
E no horizonte essa tristeza o mar levou
Todo pranto que correu
Toda mágoa que ficou
Teve um vento que bateu e carregou
E esse rio que rompeu
E esse vento que soprou
Sepultaram para sempre o nosso amor
(e a água rolou)

Acerto de Contas (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)

A dor que hoje tu sentes ser injusta
É simplesmente alguma dívida que Deus vem te cobrar
Não tem como escapar do que fizeste
A moeda que não deste é o penhor que vais pagar
Quem pegou sem ganhar
Quem guardou sem gastar
Quem lucrou sem doar
Vai ver que não fez bom negócio

Fez o irmão recuar
Fez o amor duvidar
Fez o bem se afastar
E o mal foi virando seu sócio
Só que o mal dá com a mão
Mas com a outra vem buscar
E é no acerto de contas que tu vais chorar

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Derramando Lágrimas (Alvarenga / Delcio Carvalho)

Já viéste derramando lágrimas
Jurei não mais te perdoar
Voltas agora arrependida
Cansaste de te enganar
Eu sempre disse que a vida, bem caro ia te cobrar

Sem mágoas pelo pranto que chorei
Jamais terás o mundo que te dei
A tua maldade fez meu sofrimento
Tenho a liberdade de sorrir do teu lamento
A chama do amor, ja se apagou
Nem as cinzas o meu coração guardou
Mas ja viéste....

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Desperta Vila Isabel (Caxiné, Aníbal Silva)

Desperta Vila Isabel desperta
Quero ouvir o teu cantor
Tu fostes inspiração de um poeta
Que o destino levou
Desperta Vila Isabel desperta
Teu minuto de silêncio passou
Desperta Vila Isabel desperta
Teu minuto de silêncio passou

Na história do samba o teu nome é cheio de glória
Hoje é sambista suprema
Oh Vila dos lindos poemas
Poemas que são o céu
Desperta Vila Isabel

Me Juraram (Bala / Juca)

Me juraram
Eu não serei feliz em minha vida
Me juraram
Eu não serei feliz em minha vida
Quem me jurou eu quis o bem
Eu não mereço praga de ninguém
Quem me jurou eu quis o bem
Eu não mereço praga de ninguém

Tenho certeza que vai se arrepender
Quem rogou praga pra me ver sofrer
Quando a minha vida melhorar
Eu sei quem ela vem me procurar
Dizendo que é minha querida
Mas eu já sei que ela é um atraso de vida

Sinal do tempo (Bala / Nilo Moreira)

Sinto que não sou mas aquele que era
Sinto que estou envelhecendo
Os meus cabelos brancos
Pouco a pouco vão surgindo
Eu estou sumindo

Agora só me resta a saudade
O que passou, passou ficou pra trás
Adeus inesquecível mocidade
Saudosos tempos que não voltam nunca mais

Sofro demais (Bala / Juca)

Sofro demais
Sem merecer
As minhas lágrimas
Só Deus quem vê
Senhor tenha pena de mim
Eu não mereço sofrer assim

Hoje sou um pobre sofredor
A felicidade me abandonou
As minha lágrimas
Só Deus quem vê
É quem compreende meu padecer

O Vil Metal (Laila / Duduca)

É só dinheiro que ela quer
Eu vou dar gelo nessa mulher
É só dinheiro que ela quer
Eu vou dar gelo nessa mulher

Não sabe amar!
Nasceu pro mal
Seu grande amor
É o vil metal
É só dinheiro....

Pedem Socorro (Cartola)

Pedem socorro
É lá no morro
A minha amada entregando a alma a Deus
Sem dar o último beijo nos lábios meus

Até matei
Os meu ciúmes pensei:
Aquele anjo que tanto martirizei
Maldito ciúme
Não foi pouco
Ah tenham de mim compaixão
Para um louco, perdão
Para um louco, perdão

Linguagem do Morro (Padeirinho - Quincas do Cavaco)

Tudo lá no morro é diferente
Daquela gente não se pode duvidar
Começando pelo samba quente
Que até um inocente sabe o que é sambar
Outro fato muito importante
E também interessante
É a linguagem de lá
Baile lá no morro é fandango
Nome de carro é carango
Discussão é bafafá
Briga de uns e outros dizem que é burburim
Velório no morro é gurufim

Erro lá no morro chamam de vacilação
Grupo do cachorro em dinheiro é um cão
Papagaio é rádio, grinfa é mulher
Nome de otário é Zé Mané

Deixa de moda (Padeirinho)

Ora deixa de moda, que eu não vejo roda na tua baiana
Tens idéia de atraso, mas é que teu caso é assunto de grana
Sabe lá o que é isso, eu lhe dando um serviço e você não morar
Nunca foste modista, teu golpe de vista só tem que falhar

Esse teu baratino não é englobado para me engrupir
Tem bastante conversa, mas eu não vou nessa, é melhor desistir
Deste muita mancada, eu morei na jogada, você bronqueou
Nunca foste de nada, teu assunto mirinhou

Mora no assunto (Quincas do Cavaco - Padeirinho)

Mora no assunto e vê se te manca
Me admira muito você dando bronca
Ora deixe disso, que é fogo na roupa
Sabe lá o que é isso?
Então, mudou
Te dei o serviço e você não morou

Nessas alturas tenho que te esculachar
Pra seu governo, você deve se mancar
Como é que pode você dar tanta mancada?
Tenteia a Volga e deixa de chinfra, meu camarada
Como é que é? Vê se mora na jogada

Segundo Rio que passou (Walter Rosa)

Meu povo não é tão cego assim
Para não ver os pontos que a comissão negou
Foi como se fosse à vida da Portela
Um segundo rio que passou
Foi como se fosse à vida da Portela
Um segundo rio que passou

É banalidade, é banalidade
Minha Portela mostrar carnaval na cidade
Saudando o povo, ela é do povo
E no futuro nos aplaudirá de novo

É por aqui (Walter Rosa)

Me deixe com a minha dor
Não adianta se compadecer de mim
O mesmo faça com uma flor
Quando ela chegar ao fim

O destino quando diz: é por aqui!
Seja branco ou de cor
Pobre ou rico eis aí
O exemplo mostrando a razão
Você partiu e eu fiquei
Se alguém perguntar se eu chorei
Alheio à minha vontade
Respondo que não
Não sei

Vai, Amor (Walter Rosa / Monarco)

Vai, amor pra toda vida
Não olhes pra trás
Na hora da partida
Não me mande lembrança
Nem carta amorosa
Vivias num perfeito mar-de-rosas

Te dei carinho, dei um lar
O que pude enfim
Não sei porque procedeste assim
Agora é tarde para me pedir perdão
Eu sigo a ordem dada por meu coração
Eu sei que andava fora da realidade
Graças a Deus decidi sem ter remorso nem saudade
Não chore por favor
Porque um bom perdedor não chora
Reconhece a derrota se dirige a porta
Abre, diz adeus e vai-se embora.

O Pior é Saber (Walter Rosa)

Eu não esperava você agora
Só muito mais tarde ou nunca mais
Não me venha dizer o que lhe aconteceu lá fora
Sua ingratidão torturou por demais meu peito
O pior é saber
Que você ainda em mim tem direito

Direito em mim
Que estou falando é diferente
Darei casa, comida
Serei prestativo se estiver doente
Mas meu calor jamais te aquecerá
Quem passou o que eu passei
Não pode mais perdoar, não pode mais perdoar

Peso dos Anos (Candeia / Walter Rosa)

Sinto que o peso dos anos me invade
Vejo o tempo entregar à distância minha mocidade
Oportunamente partirei
Abandonando as coisas naturais
Mas deixarei saudade
Muita gente há de sentir
Os afetos que ofertei
Os meus beijos hão de ficar
Nos lindos lábios que beijei
Quero risos de alegria
Quero ouvir minhas canções
Aos acordes de plangentes violões

É Fracassar (Walter Rosa / Esli)

Eu que tento tanto te esquecer
Perdido em prantos
Fico sem ver
Que a vida é um encanto
Que sigo a viver
Sabendo que no entanto sem você
É triste até meu canto é meu sofrer

Aumenta o desengano de esperar
Você amor que não vem ouvir o meu cantar
Pedi para saber meu bem que por amar
Demais como eu amei é fracassar.

A Timidez me Devora (Walter Rosa / Jorge Pessanha)

Luzes, fantasias e serpentinas
Papeizinhos coloridos
Carnaval
Amores se renovam a toda hora
Alegria parte e vai embora
Carnaval
Então porque somente eu
Não tenho o direito
Aos folguedos próprios da idade aproveitar
A timidez me devora
Favorece a tristeza que invade o meu lar

Neste mundo onde me perdi
Não quero me encontrar
Se é pecado que peço meu Deus criador queira me perdoar
Se eu voltasse a gozar com euforia
Todos os prazeres da vida
Óh que bom seria

Só Deus (Walter Rosa / Jorge Pessanha)

Os meus
Ouvidos estão cansados de ouvir: perdão!
Os amores que passaram em minha vida
Hoje vivem em completa escuridão
Só Deus é quem pode dar o quem vens me pedir
Eu não!!

Não há fidelidade, embora havendo a compreensão
A carne é fraca e na ausência o mal é sempre a solução
Depois de consumar seu ideal
Sorrindo vai embora
Deixando o remorso em seu lugar
Baixinho a gente chora

Confraternização Nº3 (Walter Rosa)

Parabenizaram-me
Muitos ficaram aborrecidos
Foi aquele zum zum zum
Dentre os que não foram incluídos
Levaram a cópia do original da Confraternização nº1
Ao conhecimento de um jornal
Garanto que não foi
Nenhum dos valores escondidos
Que existem por aí
Por exemplo: Everaldo que eu conheci
Na residência de Antônio Candeia
Para mim foi um dia feliz assim como vivem felizes
Carlinhos Sideral, Velha, Matias e Bidi
Enquanto possuirem o samba na veia
Defenderão a sua Imperatriz
Quem não conhece o talento de Tolito, Geraldo Babão, Zuzuca e Darci
Que só faz samba bonito
Mantive um papo sadio com Aurinho da Ilha
Sobre Paulinho da Viola e o seu sucesso "Sei lá não sei"
Chegou Jorginho dizendo: gravei um LP que é só maravilha
Os autores são Pelado,Preto Rico e Leléo
Mostrou-se muito empolgado com Martinho de Vila Isabel
Que está com a bola branca
E promete ocupar o trono de Noel

Confraternização Nº2 (Walter Rosa)

Renovarei votos de estima
Aos poetas e compositores já citados
Chegou a vez daqueles que ainda
Não foram lembrados
Que vivem escondidos por aí
Com lindas melodias
Que o povo quer ouvir
Noel e Anescarzinho do Salgueiro
Quando lançaram no terreiro
O samba que o brasileiro vibrou
Chica da Silva do cativeiro zombou
Cícero e Hélio Cabral da Estação Primeira
Diz que a semente do samba
Quem possui é só Mangueira
Ramon Russo ao passar pelo Império
Foi um caso sério
Com aquele tal de Timbó
Foi notória a presença de Osório
Diz o que quis no samba tango
Escreveu como ele só
Assim redigiu dançando me viu
E fingiu que não viu
Com aquele cavalheiro ela saiu
Valter Coringa só escreve o fino e bacana
Assim como o grande Cabana
Aidno, Catoni e Evancoé este que fez sua transferência
Pra Portela tal qual o Jair da Capela
Hoje com Jorge Bubu e Casquinha defendem Oswaldo Cruz
A onde a música seduz

Confraternização Nº1 (Walter Rosa)

Envio aqui musicalmente
Cartões de boas festas
A todos os poetas e compositores
Espero que estes os encontrem contentes e gozando saúde
E felizes em seus amores
Zinco, lá dos Filhos do Deserto
Prefere sempre estar perto das florestas
Ouvindo os passáros cantando
Cartola se afasta do morro mas não vai embora
A saudade lhe devora de Carlos Moreira, Zagaia e Padeirinho
Com este último com quem conversei bastante
Sobre um assunto interessante com Nonô do Jacarézinho
Ariosto Ventura de tanto dizer vem morar comigo
Se andares direito te darei amor
Se errares te darei só castigo
Ilco, lá do Engenho da Rainha
Uma vez numa tendinha me chamou em particular
Walter Rosa, por Deus quero compor
Com você uma prosa que não relacione o amor
Silas, viga-mestre do Império Serrano
Lá do alto quando abre-se o pano aparece a cantar
És a luz da minha vida para ela
A Serrinha em peso abre a janela
Para ouvir o seu cantor
Candeia, Waldir, Picolino
Manacéa, Alvaiade, Avelino
Monarco e Chatim
Padrões de talento da Portela
Os seus valores não tem fim

Rio, Capital Eterna do Samba (Walter Rosa) - Enredo da Portela de 1960

Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro
Rainha da paisagens
Maravilha do mundo inteiro
O teu cenário histórico passamos a ilustrar
O sonho do teu fundador, Estácio de Sá

Simbolizando em cânticos alegres
Hoje viemos exaltar
Estão consumados cidade, teus ideais
Apologia aos teus vultos imortais
Rio,dádiva da natureza
Aquarela universal
Os sambistas te elegeram ao som da música
A novaGuanabara, eterna capital
De encantos mil

Lá lá lá lá lá lá lá lá lá Orgulho do meu Brasil

Brasil, Pantheon De Glórias (Candeia, Bubú da Portela, Casquinha, Waldir 59)

Brasil, pantheon de glórias
Salve os heróis da nossa história
Há muitos anos atrás
Felipe Camarão e outros vultos mais
Expulsaram os invasores
Do território nacional
Salve Caxias imortal guerreiro
Patrono do brioso Exército Brasileiro

Santos Dumont
Pioneiro da aviação
Rui Barbosa imortalizou a nação
Com sua rara inteligência
Naquela nobre conferência
Salve a FEB imponente viril
Nós saudamos as glórias do Brasil

Brasil de Ontem (Manacéa)

Brasil já não é mais aquele
Brasil que o tempo levou
Levou Brasil antigo de escravo e senhor
Senhor, antigamente o sofrimento era demais
Demais, tronco e Pelourinho não existem mais

Antigamente lá na cidade
A carruagem era o luxo da mocidade
As grandes damas todas faceiras
Que os escravos carregavam na liteira

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Sorri (Lauro dos Santos "Gradim")

Sorri da tristeza que me abraça agora
Sorri meu coração por você tanto chora
Ri, quá, quá, quá
Eu bem sei que chegou o meu fim
Podes rir de mim
Podes rir de mim

Hoje você, amanhã eu
Pois tudo que morre nasceu
Por um motivo qualquer
Hoje sou um derrotado
Mas não lamento meu fato
Seja o que deus quiser

Inesquecível Amor (Manacéa)

Depois que te abandonei mas não sei porque
Meu coração não lhe esqueceu
Sempre bateu por você
Sonhar, até sonhei
Que estava nos meus braços outra vez
Mas quando acordei não encontrei, não, não!
A saudade ficou no meu coração

Foi um delito da vida que cometeste querida
Eu te abandonei, mas meu coração que sempre sentiu a dor
Igual quando se perde um grande amor
Outra vez amei

Baile das Flores (Preto Rico)

Me lembro do baile das flores
O jardim era o salão dos amores
Me lembro do baile das flores
O jardim era o salão dos amores

O Cravo que regia uma orquestra
Abrilhantava a festa com suas suaves canções
As rosas, as mais lindas debutantes
Que sorrindo a todo instante conquistavam corações
As rosas, as mais lindas debutantes
Que sorrindo a todo instante conquistavam corações

Margarida lá estava tão formosa
Bailando com o jasmim
Hortências e violetas
Espalhavam perfume pelo salão
E causavam ciúme no mal-me-quer e bogarim
Outras flores com seu perfil de beleza
O Baile foi orgulho da Natureza

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Brasil, fonte das artes (Djalma Sabiá / Nilo Moreira / Caxiné)

És Brasil, fonte das artes,
Cheio de riquezas mil,
Que em nossos selvagens
Já se faziam notar,
Depois veio a civilização,
As academias dando nova formação
À filosofia rudimentar.
Hoje temos obras de talento
Que vêm de longínquas eras,
Temos artes antigas e modernas.

Brasil, Brasil, Brasil,
Fonte das musas, és tu, Brasil,
O sonho, a glória e a vida,
Tesouro das artes reunidas.
Exaltamos nossos mestres brasileiros,
Que até por outros mestres estrangeiros
Foram invejados, com apoteoses laureados,
Tiveram exaltado seu valor
Imitado no produto do seu labor.
Brasil, Brasil, Brasil,
Fonte das musas, és tu, Brasil,
O sonho, a glória, a vida,
Tesouro das artes reunidas.

Ri melhor é quem ri no fim (Noel Rosa de Oliveira / José Ernesto Oliveira / Raimundo Ferreira Lima)

Depois de três meses de ausência
Volta e implora clemência
Você esqueceu que me fez penar
Que o nosso amor morreu
Quem não lhe quer sou
Por favor me deixe em paz
No meu lar você não volta mais

Foi você que me abandonou
Por isso meu perdão eu não lhe dou
Este mundo é mesmo assim
Ri melhor é quem ri no fim

Embrulho (Alvaiade / Djalma Mafra)

Enquanto você não for eu não sossego
Você é o embrulho que eu carrego
Darei doces a Cosme e velas a nossa senhora
Se amanhã, você me disser que vais embora

Na tua vida eu sempre fui e tábua de salvação
E você finge não entender a situação
Vai na paz minha escurinha
Infelizmente voc~e não pode ser minha

Devia ser condenada (Nelson Cavaquinho / Cartola)

Devia ser condenada ou crucificada,
Pois juraste falso,
Beijaste a cruz do Senhor,
E disseste que tinha amor.

Quando eu ouço as badaladas,
Do sino daquela igrejinha,
Julgo-me ainda feliz,
E que és toda minha.

E quando vejo a torre bem alta,
Daquela linda catedral,
Fujo de tua amizade infernal.

Eu vivo tão magoando,
Não sei viver mais ao teu lado,
Só peço à Deus que me dê coragem,
Eu preciso te esquecer,
A tua grande mentira, que me faz sofrer

Coração Ordena (Alvaiade / Paquito)

Eu te deixei
Com isso sofres um grande desgosto
As lágrimas correm em teu rosto
Sem um momento cessar
Saibas que tu andaste errada
Por mim foste abandonada
Não quero mais lhe amar

Vai derramando as suas lágrimas
Eu não lhe darei perdão
Amor pra vir destruir a minha alegria eu não quero não

Eu te deixei..

Ainda ontem tu me procuraste
Implorando meu perdão
Mas não será perdoada
Porque quem ordena é meu coração

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

O morro e a viola (Mano Décio da Viola)

A noite é linda e está estrelada
Vou fazer um samba para a minha amada
Vou subir o morro com a minha viola
Vou cantar o meu samba ela vai me ouvir
Vai abrir a janela do seu barracão
Vai sentir a paixão que eu senti no coração

Sou um poeta apaixonado que vive a cantar
Não deixo a tristeza me dominar
O morro e a viola são minha sedução
Eu canto e não me esqueço dela não

Garças Pardas (Cartola / Zé da Zilda)

Ouvi falar nas garças pardas
Mas pensei que era brinquedo
Nas florestas onde andei encontrei
Plantas que até tive medo
(Lá nas matas tudo é segredo)

Eu pensei e estou arrependido
Lá nas matas passei anos bem vividos
Eu vi garças pardas
Borboletas e um colorido tão sutil
Que saudade que eu tenho das florestas do meu Brasil

Mangueira, berço da poesia (Jorge Zagaia)

Em Mangueira, tristeza não faz moradia
O mangueirense não sabe o que é a nostalgia
Ser Mangueira é uma tranqüilidade
É o mesmo que empunhar uma bandeira
E viver a vida inteira cheia de felicidade

Ser Mangueira é um prazer, fazer a gente envaidecer
Quem mora lá em Mangueira pode crer
É feliz e eu explico porque cantamos assim
Mangueira, berço da poesia
O mundo inteiro canta a sua melodia

Festa da Penha (Cartola / Assobert)

Uma camisa e um terno usado
Alguém me empresta
Hoje é domingo
E, eu preciso ir à festa
Não brincarei, quero fazer uma oração
Pedir à santa padroeira proteção
Entre os amigos encontrarei algum que tenha
Hoje é domingo e eu preciso ir à Penha

Levarei dinheiro pra comprar velas de cera
Quero levar flores para a santa padroeira
Só não subirei a escadaria ajoelhado
Pra não estragarO terno que foi emprestado

A cor da esperança (Cartola / Roberto Nascimento)

Amanhã,
A tristeza vai transformar-se em alegria
E o sol vai brilhar no céu de um novo dia
Vamos sair pelas ruas, pelas ruas da cidade
Peito aberto,Cara ao sol da felicidade

E no canto de amor assim
Sempre vão surgir em mim novas fantasias
Sinto vibrando no ar,E sei que não é vã
A cor da esperança
A esperança do amanhã.

Prece ao sol (Candeia)

Oh sol como és belo no arrebol
Quando estás no poente eu sinto
Os teus raios ardentes
Só saudade não minto ao nascer do sol

A natureza se enriquece de tal beleza
E aquece as mais lindas flores
Belas rosas e belos jasmins desabrocham nos lindos jardins

Quero exaltar os raios multicores
Queimar a saudade dos meus amores
Quero cantar a prece da esperança
E rever o carnaval toda manhã em que amanhece o sol

Alvorada na Portela "Batalhão de Sambistas" (Chico Santana)

Portela é um batalhão de sambistas
Alerta sempre pronta pra lutar
E ao romper da madrugada com um toque de alvorada
Alertando a rapaziada
Suas pastoras com harmonia cantam essa melodia
Igual uma banda de clarins cantamos assim

Laiá... laía...Laía ...laiá...laiá

Lutamos para ganhar ou pra perder
Se não lutarmos não poderemos vencer
Avante portelense com alegria
Que na Portela não existe covardia

Falam de mim (Caxiné / Aníbal Silva / Noel Rosa de Oliveira)

Falam de mim
Mas eu não ligo
Todo mundo sabe
Que sempre fui amigo
Um rapaz como eu
Não merece essa ingratidão
Falam de mim, falam de mim
Mas quem fala não tem razão

Por ciúme ou por despeito
Falam de mim
Não está direito
Procederem assim
Meu coração
Não merece essa ingratidão
Falam de mim, falam de mim
Mas quem fala não tem razão

Luto em Mangueira ( Jorginho Pessanha / Padeirinho / Xangô da Mangueira )

A Mangueira está de luto
Mas seus tamborins não vão silenciar
Vai começar tudo de novo
Para a alegria do povo
A mangueira não pode parar
A mangueira não pode parar

Mangueira perdeu um fruto do seu galho
Mas continua o trabalho
Pra quem partiu tem samba em seu louvor
Vamos para o terreiro da escola
Já afinei minha viola
Um samba pra mangueira vou compor

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Cabide de Molambo (João da Baiana)

Meu Deus, eu ando com o sapato furado
Tenho a mania de andar engravatado
A minha cama é um pedaço de esteira
E uma lata velha me serve de cadeira.

Minha camisa foi encontrada na praia
A gravata foi achada na Ilha da Sapucaia
Meu terno branco parece casca de alho
Foi a deixa de cadáver, num acidente do trabalho.

O meu chapéu foi de um pobre surdo e mudo
As botina, foi de um velho, da Revolta de Canudo
Quando eu saio a passeio, as almas ficam falando,
"Trabalhei tanto na vida, o malandro tá gozando !"

A refeição é que é interessante
Na tendinha do Tinoco, no pedir eu sou constante,
O Português, meu amigo sem orgulho,
Me sacode um caldo grosso, carregado no entulho.

Zé Cansado (Padeirinho)

Não fale em trabalho com ele
Porque o negócio dele não é trabalhar
Somente quem conhece ele
Sabe que o negócio dele é “o me dá, me dá”

O homem já nasceu cansado
Não fica zangado se alguém lhe malha
Ele já disse que está na dele
Podem até baterem nele que ele não trabalha

O velho Batuqueiro (Xangô da Mangueira)

Olha o meu pagode aí
O meu pagode é de um velho batuqueiro
Que já cantou muito samba, freqüentou vários terreiros

Quando eu pego na minha viola
Cantando meu samba falo o que sinto
Meus companheiros de fato
Sabem que é verdade eu falo e não minto

Já morei lá no Catete, fui vizinho do presidente
Hoje eu canto em Mangueira lugar que tem boa gente

Outro dia fui num samba lá na casa do Turituré
O pagode tava bom tinha pouco homem e muita mulher

Louvação aos grandes e aos pequenos (Xangô da Mangueira / Waldomiro do Candomblé)

Eu vim aqui com toda minha gente
Salvar os grandes, também os pequenos
Salvar os grandes, também os pequenos

Comprei um arreio novo, coloquei no meu alazão
Vou buscar Mariazinha dona do meu coração
Eu preciso beber água na palma da sua mão
Eu preciso beber água na palma da sua mão

Minha mãe me abençoava, toda vez que eu partia
Para uma vaquejada, fosse noite ou fosse dia
E rezava uma prece a nossa senhora da Guia
E rezava uma prece a nossa senhora da Guia

Me lembro da minha terra
Que eu plantava o que eu queria
Lembro do meu velho gado e também meu boi de guia
Lembro do meu velho gado e também meu boi de guia

Minha mãe me abençoava, toda vez que eu partia
Para uma vaquejada, fosse noite ou fosse dia
E rezava uma prece a nossa senhora da Guia
E rezava uma prece a nossa senhora da Guia

Não xinxa o boi (Xangô da Mangueira)

Não me xinxa o boi, você não vai xinxar
Não me xinxa o boi jetuá, o meu boi marabá

Você diz que vai no céu e nas nuvens vai pegar
Eu tenho muito que me rir de xinxar o meu boi marabá

O meu boi foi batizado no portão do meu terreiroA madrinha foi Jurema, o padrinho Boiadeiro

Perdi minha Alegria (Vadinho / Murilo)

Perdi a minha alegria e depois, eu fiquei sem meu amor
Eu vivo a cantar, é para aliviar essa minha dor
Eu vivo a cantar, é para aliviar essa minha dor

Eu não quero seus carinhos não quero mais seu amor
Pra viver contrariado prefiro viver como estou
Por conta de você minha vida transformou
Eu deixei de ser malandro para ser trabalhador

Quando eu era pequenino minha mãe sempre dizia
Meu filho não vá atrás das mulheres de hoje em dia
Da fruteira nasce o pinho, do pinho nasce o pinhão
Do homem nasce a firmeza, da mulher ingratidão

Carolina meu bem (Xangô da Mangueira)

Carolina meu bem você lava esta roupa depois vem
Você passa esta roupa depois vem, Carolina meu bem

Carolina é moça nova, é prendada e educada
Lava roupa o dia todo, passa até alta madrugada

Carolina ta zangada, por isso não quer falar
Lavou roupa o dia todo, não tem tempo pra descansar

O Namoro de Maria (Xangô / Aniceto do Império)

Maria tá namorando to olhando só
Tá, tá, tá namorando, to olhando só

Morava na piedade perto da rua Bergó

É por isso que eu pego, dou a volta e dou o nó

Ela na roda do samba, sambando parece cobra cipó

Todo mundo namorando, só Xangô que vive só

Formiguinha Pequenina (Xangô)

Formiguinha pequenina já mordeu meu pé
Formiguinha pequenina já mordeu meu pé


Trabalhava na fazenda, Na Fazenda Santa Fé
E foi lá que a formiguinha, Não é que mordeu meu pé

Vai se embora gavião, sai de cima do telhado
Deixa o meu amorzinho, Dormir sossegado

Todo mundo quer saber de onde vem meu fundamento
Pela causa coloquei na janela um papavento

Ela já mordeu meu pé, ela já mordeu meu pé
O nome dessa formiga, Chama Lava-pé

Coração em festa (Xangô / Padeirinho)

Não há, quem cante mais do que eu
Cantar, só eu a as aves da floresta
Brincar, fui eu em meu tempo de criança
Hoje guardo na lembrança meu coração em festa

As vezes eu ficava triste a me lembrar
Quando a minha me chamava e comigo ralhava
Dizendo meu filho venha estudar
Já chega de brincar, já chega de cantar

Não adianta falar mal de mim (Xangô da Mangueira / Waldomiro do Candomblé)

Não adianta você falar mal de mim
Todo mundo tá sabendo que você que é ruim

Você só pensa em vingança dia e noite, noite e dia
Até levou minha roupa pra fazer feitiçaria
Mas eu estou com saúde até mesmo com dinheiroCuidado que o feitiço vira contra o feiticeiro

Piso na barra da Saia (Xangô / Rubem Gerardi)

Eu piso, mulata eu piso, Piso na barra da saia, mulata
Eu piso, mulata eu piso, Piso na barra da saia, mulata

Mulata você vai a Recife me tragas um Rifle de papo amarelo
Uma caixa de bala que seja de aço
Para dar ao seu Horácio pra atirar com ela

Mulata se você jurar, que fato você quer ser mesmo minha
Mulata eu vou ser seu rei e você minha rainha

Da Bahia me mandaram um presente no canudo
Uma senhora descascada e um senhor com casca e tudo