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quarta-feira, 27 de maio de 2009

O Lamento do Samba (Paulo César Pinheiro)

Eu tenho saudade
Dos sambas de antigamente
Quando o samba deixava uma vaga tristeza
No peito da gente
Não era amargura e nem desventura
E nem sofrimento
Era uma nostalgia, era melancolia
Era um bom sentimento
Nos dias de hoje
O samba ficou diferente
Não tem mais dolência mudou a cadência
E o povo nem sente
Sua melodia é uma falsa alegria
Que passa com o vento
Ninguem percebeu mas o samba perdeu
Sua voz de lamento
Quando eu canto na roda de samba
Um samba que é mais antigo
A moçada se cala, escuta, aprende
E ainda canta comigo
O que falta pra quem faz um samba
É a tristeza que vem de outro tempo
Quem não sabe a ciência do samba
Vai fazer o que pede o momento
O segredo da força do samba
É a vivencia do seu fundamento
O que faz ser eterno um bom samba
É a beleza que tem seu lamento

Mascarada (Zé Keti - Elton Medeiros)

Vejo agora, esse teu lindo olhar
Olhar que eu sonhei
E sonhei conquistar
E que um dia afinal conquistei

Enfim findou-se o carnaval
E só nos carnavais
Encontrava-te sem
Encontrar este teu lindo olhar

Porque o poeta era eu
Cujas rimas eram compostas
Na esperança de que
Tirasses essa máscara
Que sempre me fez mal
Mal que findou só
Depois do carnaval

Meu Carnaval (Elton Medeiros - Cacaso)

Muita gente na folia
Cantando sem perceber
Que eu buscava na avenida
A razão para não sofrer

Meu amor quis brincar o carnaval
E saiu pela avenida Escolas a desfilar
Foi vestida de alegria
E saiu para não voltar
E eu vestido de tristeza
Cantei para não chorar

Eu quisera ser feliz
Mas a felicidade foi uma quimera no meu coração
Preferia não falar
Mas eu preciso fazer minha confissão

Ai de quem nunca teve amor
Mesmo iludido encontro esperança no meu padecer
Pois o mais importante é viver

Pressentimento (Elton Medeiros / Hermínio Bello de Carvalho)

Ai! Ardido peito!
Quem irá entender o teu segredo?
Quem irá pousar em teu destino
E depois morrer de teu amor?
Ai! Mas quem virá?
Me pergunto a toda hora
E a resposta é o silêncio
Que atravessa a madrugada

Vem meu novo amor
Vou deixar a casa aberta
Já escuto os teus passos
Procurando o meu abrigo
Vem que o sol raiou
Os jardins estão florindo
Tudo faz pressentimento
Que este é o tempo ansiado
De se ter felicidade

Pra Bater Minha Viola (Elton Medeiros)

Pra bater minha viola
Fiz um samba sem razão
Fiz um samba sem dar bola
Pras coisas do coração

Pelo meu viver tão diferente
Procurei em toda gente
Coisa que não dá paixão
E fiz meu samba de um vazio
Ostensivamente frio
Sem marcas de ilusão

Pra bater minha viola
Fiz um samba sem razão
Fiz um samba sem dar bola
Pras coisas do coração
Sinto meu viver tristonho esqueço

É sinal de que mereço
Tudo sem reclamação
Só fiz meu samba por esmola
Pra salvar minha viola
Das garras da solidão

Avenida Fechada (Elton Medeiros / Cristóvão Bastos / Antônio Valente)

Chora meu peito
Assim desse jeito pra que cantar
Enquanto a avenida estiver fechada
Pra quem não puder pagar
Nem um canto sequer pra ver
A sua escola
Passando, sambando
Tanta beleza
Desfila presa no meu coração

Ver chegar o povo querendo brincar
E saber que agora não tem mais lugar
Pela cidade toda enfeitada
Parece até que o povo vai desenfeitar

Não me leve a mal
Mas muito luxo pode atrapalhar
Alegria ninguem pode fabricar
Um bom carnaval
Se faz com gente feliz a cantar
Pelas ruas um samba bem popular

A Canoa Virou (Guilherme de Brito / Juarez de Brito)

A canoa virou
Deixa a canoa virar
Só morre afogado
Quem não sabe nadar
No mar do nosso desespero
Sempre fui bom timoneiro
Mas a tormenta chegou
E a nossa canoa se desgovernou

Olha bem sua remada
Sempre foi descontrolada
Se eu remo pra cá
Você rema pra lá
A canoa virou
Um de nós dois vai sobrar

Jogo Desonesto (Guilherme de Brito / Nelson Sargento)

Eu serei cruel se não lhe der perdão
Sem você a vida não tem solução
Eu sei que vou sofrer
Sei que vou chorar
Se acaso eu não tiver coragem
Pra lhe perdoar

Eu vou lhe aceitar sem fazer restrição
Passado é passado não importa não
Tenho uma proposta pra reatar o nosso amor
Não há vencido nem vencedor

Um jogo desonesto sempre acaba mal
Já sei que eu não presto
E você não é legal
Você viveu traindo
Eu também fui um traidor
Por isso é tão lindo nosso amor

Agora você vem pra me pedir perdão
Eu vou lhe implorar
Pra perdoar meu coração
E neste amor fingido
Que nos causa tanta dor
Não há vencido nem vencedor